*Por Mariana Reade

Nesses tempos incertos, só uma coisa me parece clara: estamos todos juntos nesse barco chamado Terra. Não há como sair dessa nova realidade. Estamos atravessando tempos difíceis, mas o relógio não deixa de avançar. Um dia, sairemos dessa e tenho esperança de sairmos mais fortes e mais comprometidos. Penso que está em nossas mãos a possibilidade gigantesca de nos tornarmos mais solidários com o sofrimento do outro.
Alguns de nós sofrem com seus familiares nos hospitais, e nos piores casos, precisam viver a experiência absolutamente dolorosa de se despedir por uma câmera de celular. Sem abraços de consolo e sem ritual de despedida. Não consigo imaginar nada mais difícil.
Alguns de nós sofrem com a súbita perda de renda. O risco da miséria e da fome batendo à porta.
Alguns de nós sofrem por ter que demitir seus funcionários ou fechar seus negócios, empreendidos com tanto sacrifício e investimento, sem encontrar melhores alternativas.
Alguns de nós sofrem porque perdem seus entes queridos e sequer podem ser consolados por abraços de afeto em seu luto.

Alguns de nós sofrem pelos seus familiares idosos ou com doenças crônicas, tentando protege-los à distância e não podendo sequer estar ao lado para pegar em sua mão.
Alguns de nós sofrem por não ter dinheiro para comprar sabão, álcool e vitamina C.
Alguns de nós sofrem de ansiedade e depressão, porque já está em sua personalidade sucumbir em situações mais delicadas.
Alguns de nós sofrem porque moram na rua e lhes resta pouca esperança.
Alguns de nós sofrem porque lutam diariamente para salvar seus doentes contra o inimigo invisível, e às vezes perdem a batalha. Sequer dispõem de tempo para viver sua tristeza, precisam levantar rápido e seguir para a próxima luta.
Alguns de nós sofrem porque precisam tomar decisões de políticas públicas, tão difíceis nessa hora em que tudo é incerto.
Alguns de nós sofrem de profunda solidão e abandono, não tendo a quem recorrer.
Alguns de nós sofrem porque desejam ser positivos, mas invadidos pela melancolia ou angústia, simplesmente fracassam.
Alguns de nós sofrem por não poder ver o céu, não passear pela rua e não sentir o sol, sentindo-se encarcerados em apartamentos de cidade grande.
Alguns de nós sofrem por não brincar com seus amigos e não poder estar no colo reconfortante de suas avós e avôs.

Cada um de nós enfrenta suas dificuldades. Todos nós tentamos lidar com nossos sentimentos da forma que nos é possível. Para mim o que está em jogo é cuidar. De nós mesmos, de nossos filhos, de nossos pais, amigos e desconhecidos. Fazer o que estiver ao nosso alcance para manter a saúde física, mental e espiritual.
Entre tantos desafios, a prioridade me parece ser transformar essa fase em um momento de conexão com aqueles a quem amamos e com aqueles que não conhecemos e enfrentam dificuldades gigantescas. Tempo de se conectar com os que estão ao nosso lado ou ao alcance de uma câmera, compartilhando amor e alegria. Afinal sorrisos e palavras doces não estão cancelados! Mas, especialmente em um país como o nosso, é tempo de cuidar daqueles que enfrentam desafios infinitamente maiores que os nossos, a quem podemos ajudar com doações, atenção, acolhimento, consolo e palavras de afeto.
Talvez seja nossa chance de deixar para trás uma longa história de tristezas sociais e combater, além da Covid-19, a pobreza, a herança da escravidão, o preconceito, a indiferença e uma estranha dificuldade cultural de nos enxergarmos como iguais. Será muito otimismo? Talvez, mas como atravessar dias difíceis sem acreditar que podemos ser pessoas melhores?

Para quem tem filhos crianças, provavelmente a maioria de nós nunca teve tanto tempo com eles. Que possamos aproveitar para enxerga-los mais, ouvi-los mais, deixar que nos levem pela mão por suas terras mágicas que sabem tão bem explorar. Quem sabe com olhos de criança consigamos atravessar essa tempestade com mais poesia e esperança de um mundo mais fraterno? Crianças são especialistas em manter o foco no presente! Que aproveitemos a oportunidade para aprender com eles e possamos acolher, doar e cuidar de todos aqueles que estiverem ao nosso alcance.
Aqui vai uma lista com sugestões de organizações que estão empenhadas em lutar contra a Covid-19 e suas consequências:
- ADOTE UMA DIARISTA
Movimento da comunidade do Paraisópolis. https://www.esolidar.com/crowdfunding/detail/6-adote-uma-diarista-durante-o-coronavirus-covid19?lang=br
Contato Rejane: (11) 967814654 ; emprega@paraisopolis.org
- APM DO COLÉGIO SANTO AMÉRICO
Cestas básicas e material de limpeza para comunidades de Paraisópolis e Jardim Colombo.
Banco Itaú, Ag. 0445, C.c. 42019-3, CNPJ 44.413.698/0001-42, Associação de Pais e Mestres do Colégio Santo Américo.
Comprovante para: apm@csasp.g12.br
- ARCAH
Higiene para população de rua nos centros de acolhida de São Paulo.
Banco Itaú, Ag 0641, C/C 11206-5, CNPJ 19.903.978/0001-91⠀
Banco Santander, Ag 3409, C/C 13008331-7, CNPJ 19.903.978/0001-91⠀
Para receber recibo de doação, envie seu comprovante: financeiro@arcah.org
www.vakinha.com.br e digite o número 938430 no campo de busca ou acesse bit.ly/2y5BGaM e clique em contribuir!
- BENFEITORIA
Rede Nacional de Financiamento de Ações de Combate à COVID-10. Juntos somos mais fortes!
Suporte a profissionais de saúde, Equipamentos e materiais de apoio, Auxílio a população vulnerável, Soluções e contenções de danos.
www.benfeitoria.com/canal/rededeapoio
- COLÉGIO MÃO AMIGA
Ação emergencial durante a pandemia (Ajuda à comunidade de alunos Mão Amiga e suas famílias) Nesses tempos difíceis que vivemos, nos sentimos obrigados a voltar o nosso olhar às necessidades mais básicas e de sobrevivência dos nossos alunos.
- FAVELA SEM CORONA
O projeto Favela sem Corona foi criado com o objetivo de diminuir o impacto da epidemia de coronavírus nas favelas do município, atuando nas áreas de prevenção e apoio ao diagnóstico.
- GERANDO FALCÕES
Cestas básicas digitais para famílias mais vulneráveis.
A distribuição será feita por cartão de benefícios alimentação e refeição.
www.gerandofalcoes.com/coronanoparedao
- HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE SÃO PAULO
#Vem pra guerra
Em casa sim. Sem reação, não!
- VOZ DAS COMUNIDADES
Ação Pandemia com Empatia. O coronavírus mata, mas a desigualdade social acelera o óbito.
Caixa Econômica Federal – Ag. 0198-0, C.c 3021-2, Operação 03, CNPJ 21.317.767/0001-19)
Contato: (21)96463-2334
contato@vozdascomunidades.com.br
- PROJETO ARRASTÃO
Doação de cestas básicas
- QUARENTENA DO DESAPEGO
Doação de brinquedos, roupas e livros infantis para CUFA.
Aproveite esse tempo maior em família e encoraje seu filho a compartilhar, desapegar! Para viabilizar a campanha, pede-se contribuição de R$ 20,00 por coleta. Iniciativa de Animasom, Agenda Carioca e Os Batutinhas.
Contato: (21)96712-1011
cidadania@agendacarioca.com.br
- REDES DA MARÉ
Doações de itens materiais e recursos financeiros para compra de itens básicos para serem distribuídos a moradores da Maré que, durante a crise do Coronavírus, demandam maiores cuidados e atenção.
www.redesdamare.org.br/br/quemsomos/coronavirus
- RIO CONTRA CORONA
Distribuição de itens básicos para prevenção contra o coronavírus e outras demandas que irão surgindo.
Ação gerida por 3 organizações com credibilidade no Rio de Janeiro: Banco da Providência, Instituto Ekloos e Instituto Phi e surgiu das articulações do movimento União Rio, que está com diversas frentes para minimizar os impactos do vírus.
- ROCINHA DA COMPAIXÃO
Apoio humanitário pelo COVID-19
www.vakinha.com.br/vaquinha/955823/contribua
- SANTA CASA DE SÃO PAULO
Batalha pela vida – Juntos contra o Covid-19
- SÉFORA´S – HUMANIZAÇÃO SOCIAL
Alimentação para moradores de rua.
- UNIÃO SÃO PAULO
Iniciativa de diversos grupos da sociedade civil para impedir uma crise humanitária em consequência do coronavírus no Estado de São Paulo.
Realização: Península e RenovaBR
Parceiros: www.uniaosp.org/quemestaconosco
www.uniaosp.org/
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