Um chamado à compaixão e responsabilidade coletiva

É impossível encontrar palavras para conseguir definir a sensação desse momento coletivo tão impactante e paralisante que vivemos no Sul do Brasil. Como se fosse uma paralisia emocional, chocante. É imensamente perturbador e triste ter consciência de toda essa dor. E, ao mesmo tempo, ver a entrega e a ajuda vindo de todas as partes é esperançoso. 

É estranho falarmos sobre como os eventos externos, sejam eles locais ou globais, afetam aqueles que não estão diretamente envolvidos. Porque parece conflituoso retornar à rotina como se nada tivesse acontecido, ignorando o trauma compartilhado que todos enfrentamos - inclusive aqueles que, por sorte ou privilégio, não foram diretamente impactados. 

Reconhecer e confrontar os medos, angústias e dores que persistem é tão vital quanto agir rapidamente para lidar com situações extremas. Assim, sugiro que você seja mais compassivo consigo mesmo e com os outros, sempre. 

Faça sua parte, sem negligenciar suas próprias necessidades e limitações. E que todos, em qualquer circunstância ou lugar, recebam o apoio, dignidade e reconhecimento que merecem. Lembre-se:

• Toda ajuda é valiosa.
• Reconheça seus próprios limites dentro da situação e sua responsabilidade em um contexto mais amplo.
• Saiba que só pode oferecer o que possui: cuide-se para poder cuidar dos outros quando a necessidade surgir.

Com Plutão retrógrado em Aquário, situações nos convidam a nos conectarmos ao todo, a olharmos de forma coletiva. Sempre comento sobre um vídeo da Angelina Jolie recebendo um prêmio e aquele pequeno trecho que me apareceu no Instagram, me tocou o coração. 

Ela disse: "Nunca entendi porque eu e algumas pessoas são tão afortunadas e nasceram com as chances que eu nasci. Tão afortunada por ter seguido esse caminho, e por quê em algum lugar do mundo existe uma mulher exatamente como eu, com as mesmas habilidades, e mesmos desejos, mesmo amor pela família, que provavelmente faria até um trabalho melhor que o meu, mas que está hoje num campo de refugiados, sem voz, se preocupando com o que seus filhos irão comer e como mantê-los seguros, e se algum dia poderão retornar para casa. Eu não sei porque essa é a minha vida e essa é a dela. Eu não entendo. Mas eu farei como minha mãe me disse: Eu farei o melhor que eu puder com a minha, para que ela seja útil aos outros de alguma forma."

Plutão em Aquário, vem nos questionar: será que conseguimos fazer um bom uso da vida que recebemos, servindo e olhando para o outro? Num momento onde tantas pessoas atravessam dores inimagináveis, no Sul do Brasil e em muitos outros países, talvez seja o convite para semear presença, sensatez, e a gratidão de estarmos na VIDA.

Que a intenção e o propósito de amor e compaixão sejam recebidos a toda essa população, não só hoje, mas para todos os próximos meses de muitos desafios a serem ainda atravessados.