Coluna

Excesso de celular X ausência do brincar

Reprodução/Freepik

Publicado em 14/08/2024, às 10h36 - Atualizado às 10h36 por Dra. Ivanice Cardoso


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Minhas filhas já estão pré-adolescentes. Mas ainda me lembro, como se fosse ontem, das emoções quando percebia evoluções no desenvolvimento delas lá na primeira infância. Levar os pés à boca, a primeira vez sentadas ou em pé e sem apoio, amarrar o cadarço do tênis ou escrever o próprio nome. Wow, só de lembrar meu coração acelera.

Eu também me lembro das tensões quando outras crianças surgiam na nossa casa e elas tinham que brincar sem brigar. Disputas, acertos, choros e gargalhadas, tudo ao mesmo tempo. Eu, meio que idealizava que o brincar seria como nos filmes. Todos sorrindo, com trocas e brincadeiras harmônicas. Pura ilusão.

A tecnologia não pode excluir o momento de brincar das crianças (Foto: Reprodução/Freepik)

 

Depois de um tempo, elas já saíam sozinhas pelo condomínio para brincar. De vez em quando algum vizinho gritava que a Bia tinha subido na árvore e não conseguia descer sozinha. Ou uma das meninas voltava “ralada” pra casa por mais uma queda de bicicleta. Eu sofria quando tudo parecia fugir ao controle. Mas, naturalmente e sem me dar conta, as minhas meninas amadureciam as relações sociais, coordenação motora e espacial, raciocínio lógico, percepção de causa e efeito, criavam conexões emocionais e, claro, cérebro de coração ficavam mais felizes ao final de tudo.

Quanta potência acontecia no brincar. Hoje vejo que foi um excelente investimento proporcionar para elas o crescimento num lugar com muito verde e espaço. Uma escolha cheia de renúncias, mas que apresentou uma conta positiva. Na disputa entre a felicidade do desenvolvimento delas e o mínimo tempo de tela, eu investia pesado na felicidade delas longe de telas.

Mas elas cresceram e nos mudamos para um apartamento. O espaço encolheu, as risadas foram sumindo no mesmo ritmo em que as brigas e choros foram aumentando. No meio desse bolo de entristecimento, um elemento estava sempre presente: o uso do celular além do tempo razoável. Como mãe recém-divorciada, tentei segurar mais pratos do que cabe nas mãos. Acabei não me dando conta de que a vida online passou a atropelar a vida presencial.

Aconteceu o que eu mais temia: a ansiedade infantil entrou em cena. Uma mudança rápida, mas com efeitos negativos nítidos, duros de enxergar. Agora, depois de tantas mudanças na vida delas, estamos na fase do desmame. Sim, mesmo na pré-adolescência e com a necessidade de acesso às telas por causa das atividades escolares, reverter esse quadro é possível.

Estamos encontrando juntas a fórmula para trazer de volta mais jogos de tabuleiro, as risadas, os passeios e mais vida na vida delas. Não porque eu esteja “no controle”, mas porque elas também perceberam a falta que faz a vida fora das telas. Elas estão com saudades. Então bora viver mais e sorrir mais. A vida pede passagem.

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Palavras-chave
Crianças no celular Importância do brincar criança e tecnologia