Sempre me perguntam qual o poder da dieta na fertilidade e, embora ela não resolva todos os problemas que impedem a gravidez, ela pode ajudar muito na concepção natural e nos tratamentos de reprodução assistida.
Sabemos que bons hábitos de vida são altamente importantes para aumentar as chances de gravidez, mesmo quando indicamos técnicas de reprodução assistida. E, nesse contexto, a dieta é fundamental.

Vários estudos já examinaram essa questão e as dietas mais indicadas têm alguns pontos em comum: alto consumo de vegetais e frutas, prioridade para proteínas magras e equilíbrio na ingestão de carne vermelha, além da substituição de farináceos por grãos integrais.
Esse tipo de alimentação garante macro e micronutrientes, com ação também antioxidante para melhorar a funcionalidade do sistema reprodutor. Um exemplo é a dieta mediterrânea, cujos componentes incluem alto consumo de frutas, vegetais, peixes, nozes, gorduras saudáveis e baixo consumo de carnes e gorduras não saudáveis. A adesão à dieta mediterrânea foi positivamente associada a melhores resultados de gravidez com técnicas de reprodução assistida e a concepção natural.
Por outro lado, dietas de alta densidade energética, ricas em gorduras saturadas, pobres em frutas, legumes e grãos, são associadas a uma redução de 70% nas taxas de gravidez clínica. Seguir padrões mais saudáveis é o recomendável. Em alguns casos, os suplementos também podem ser indicados. Mas sempre siga a orientação médica.
Por exemplo, cerca de 40% das mulheres não metabolizam o ácido fólico na forma ativa, chamado metilfolato, devido a mutações dos genes. Essa via metabólica é complexa e na verdade outras vitaminas do complexo B são essenciais para o perfeito funcionamento.
Portanto, não basta usar apenas o metilfolato sem as demais vitaminas. A suplementação adequada deve incluir outros micronutrientes e essa prescrição deve ser individualizada (cada perfil de paciente necessita de doses diferentes e compostos diferentes).
Uma dica importante: para melhor absorção das vitaminas, o ideal é tomar aquelas que são hidrossolúveis (B1, B2, B3, B5, B6, B7, B9, B12 e C) em jejum, apenas com água, e as lipossolúveis (A, D, E e K) junto das refeições. Mas a melhor forma de potencializar suas chances sempre será uma alimentação saudável.