O Dia das Mães está chegando, data tão aclamada pela sociedade. Resolvi então escrever desse ‘lugar’ que habito há mais de 10 anos. Uma das minhas ‘faces’ mais desafiadoras, promotora de alegrias indescritíveis e culpa também. Bom, a ideia é falar desse local cheio de responsabilidade, cujas decisões são diárias. Um sorriso, aquela bronca, lanche da escola, banho tomado. Abraço de urso, hora da homeopatia, come tudo, arruma a cama…
A ideia é permanecer neste lugar de quem deu a vida. Pai e mãe grandes, como na visão de Bert Hellinger, onde a força da dinâmica familiar está quando os filhos recebem a vida de seus pais. Posto isso seguimos para as 5 formas de como podemos avançar um pouco mais como pais que, entre tantas coisas, cooperam na construção de um planeta habitável.
1. REVISÃO DE VALORES
Não é fácil encarar a realidade, mas é impossível tocar a vida como se ela não existisse. De um lado, criamos um estilo de vida tão insustentável que literalmente consumimos mais da metade dos recursos naturais do planeta nos últimos 40 anos (dados da WWF). Do outro, queremos que nossos filhos tenham uma vida boa daqui há 20 anos. Então é preciso revisar nossos valores e pô-los à prova: “Meus valores são sustentáveis?”. Vai valer a pena sair do piloto automático e questionar o que rege nossas decisões mais corriqueiras.
2. COMPARTILHE A REALIDADE COM SEUS FILHOS
Gostamos muito de fazer ao redor da mesa, durante as refeições, onde o celular é proibido e temos a oportunidade de olharmos olhos nos olhos. Conversamos sobre tudo. Ouvimos o Theo e a Nina e falamos sobre assuntos importantes “do mundo dos adultos” também! Trocamos ideais sobre os alimentos que comemos, como eles chegaram até nós, se são naturais ou industrializados. Falamos sobre dados científicos que eles já tem capacidade para compreender, como o problema dos agrotóxicos, do micro-plástico, aquecimento global, se eles precisam mesmo daquele brinquedo que tanto desejam e, o que é necessário para que ele chegue até nós. Quem produziu? Como? Onde? Para onde ele vai depois? Etc., etc., etc.!
3. ENSINE-OS A VIVER DE ACORDO COM OS LIMITES DO PLANETA
Precisamos nos perguntar se a vida que proporcionamos para as crianças de hoje será a vida que eles poderão desfrutar daqui 10 anos. Vou além, me pergunto se poderão oferecer para os meus netos! Sei que não é fácil constatar que a infância que tivemos, brincado na rua, nos rios, ‘naquela’ praia, já não é possível. Então, mesmo que financeiramente você possa dar “isso” ou “aquilo” para o seu filho, antes se pergunte: é realmente importante? Qual ensino isso traz? É sustentável? Me refiro aqui aos recursos naturais e, aos outros seres vivos da nossa Casa Maior.
4. CONSTRUA ESTE FUTURO JUNTO COM ELES
Não vejo as crianças como o futuro, elas estão aqui hoje, escrevendo a sua história. São o AGORA. Incluí-las neste processo de desconstrução e construção é direito delas. Inclusive, isso pode tornar a jornada mais leve, porque sim, elas têm tanto para nos ensinar. Esses dias o Theo perguntou se podia mascar chiclete. Ele tem 10 anos. Então eu disse: “Você sabe que ele não será reciclado e vai terminar no aterro sanitário. A decisão é sua”.
5. SEJA A MUDANÇA
Gosto muito desta frase do Mahatma Gandhi: “Seja a mudança que você quer ver no mundo”. Eu parei de mascar chiclete há pouco mais de 2 anos. Quando dei a escolha para o Theo, ele sabia disso. Sei que faz toda a diferença. Nossos filhos estão atentos 24/7 nos mínimos detalhes da nossa vida. Então essa coisa de “faça o que eu digo e não o que eu faço” simplesmente não existe. Simplesmente SEJA. Por você, por eles.