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Início Coluna

A família preta e o amor negado

Por Toda Família Preta Importa
12/11/2021
Em Coluna
Grasiele Gomes resgata a história negra para falar sobre o presente

Grasiele Gomes resgata a história negra para falar sobre o presente Arquivo Pessoal

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**Texto por Grasiele Gomes da Silva, psicóloga, terapeuta, palestrante e escritora, idealizadora dos Projetos: Terapia pra Felicidade, Unidas Pretas e Grasiflix, todos com perfil no Instagram, mãe de Thainá e Marcello (filho do coração – enteado)

Grasiele Gomes resgata a história negra para falar sobre o presente
Grasiele Gomes resgata a história negra para falar sobre o presente (Foto: Arquivo Pessoal)

Vou contar uma história pra vocês sobre o Amor Preto, que de repente você nunca parou pra analisar, mas que faz todo sentido na sua história pessoal se você for uma pessoa preta, assim como eu. Você já ouviu falar da escritora Bell Hooks? Não? Vou escrever aqui um trecho de um dos textos dela que mais me marcou, se chama “Vivendo de Amor”. Segue o trecho:

“Num contexto onde os negros nunca podiam prever quanto tempo estariam juntos, que forma o amor tomaria? Praticar o amor nesse contexto poderia tornar uma pessoa vulnerável a um sofrimento insuportável. De forma geral, era mais fácil para os escravos se envolverem emocionalmente, sabendo que essas relações seriam transitórias. A escravidão criou no povo negro uma noção de intimidade ligada ao sentido prático de sua realidade. Um escravo que não fosse capaz de reprimir ou conter suas emoções, talvez não conseguisse sobreviver”.

Neste trecho a gente já começa a pensar: “Ah… faz sentido!”. Pode melhorar… Vou destrinchar ainda mais esse contexto. Você já se perguntou se tem MEDO do Amor? Ou se merece ser amado? Vou contar aqui uma história real pra vocês, que algumas pacientes minhas e alunas de cursos já me ouviram falar…

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Na época da escravidão, os pretos escravizados eram PROIBIDOS de manter relações afetivas entre si. E isso incluía toda e qualquer relação de afeto e demonstração de carinho, principalmente se eram entre familiares. Irmãos, pais e filhos, tios e sobrinhos… “O afeto distraía eles de suas funções escravagistas, sendo em lavouras, campos, fazendas e etc…”, diziam os seus algozes.

Namoro, casamento, amor entre pretos era PERIGOSO. Por quê? Casais descobertos eram separados. Vendidos para fazendas distantes ou pior: as mulheres eram estupradas e os homens também, e depois eram chicoteados na frente delas. Ou mortos, de acordo com a sua serventia para o “seu senhor”.

Muitos casais foram separados desta maneira. Muitas mulheres passaram a ser “de seus patrões” e viver na casa grande por estarem apaixonadas por algum homem preto da senzala. E os homens passavam a servir sexualmente as mulheres brancas, sendo escondido de seus patrões ou na intenção de iniciar a mestiçagem, incentivado por eles.

Muitas famílias foram desfeitas, pois as mulheres estavam grávidas e o pai do bebê foi vendido pra outra cidade, estado ou até pra outro país, pra que aquele casal não fosse feliz e não pudesse experimentar e vivenciar o que seria um lar. Muitas vezes o bebê era afastado da mãe, e ela servia de mãe de leite para os filhos da sinhá, sem ter o direito de amamentar o próprio filho para não gerar laços de amor com o seu bebê.

Com toda essa violência, os pretos escravizados tiveram em seu DNA a informação de que AMAR ERA PERIGOSO. O amor se tornou PREJUDICIAL pra eles. E demonstrar AFETO, CARINHO E AMOR passou a ser realmente um RISCO. [Suas experiências durante a sua vida – particularmente as traumáticas – teriam um impacto real em sua família durante as próximas gerações. Há um número crescente de estudos que sustentam esta ideia.]

Essa informação foi repassada de geração em geração por pessoas pretas. E muitas vezes, não era permitido FALAR sobre isso, mas a gente sabe que é possível se comunicar sem ser de forma verbal. Então presta atenção: Nossos ancestrais escravizados não podiam falar (por meio de declarações), muito menos demonstrar (por meio de ações) amor, carinho e afeto pelas pessoas que sentiam isso, ao mesmo tempo em que tinham que conviver com pessoas que os violentavam, ameaçavam e impediam de ser livre. A origem do seu medo e/ou da dificuldade de pessoas pretas de seu convívio com os sentimentos e emoções positivas faz mais sentido pra você agora?

O período da escravidão durou 388 anos. São quase quatro séculos, são no mínimo 8 gerações de pretos, pois a média de vida deles era bem menor que a nossa! Temos menos de 150 anos de “Liberdade”. É pouco. Ainda estamos engatinhando no que diz respeito a conhecer nossas emoções herdadas e aprendidas. E conviver bem com essa liberdade emocional ainda é desafiante.

Até hoje homens e mulheres pretas guardam essa informação genética de que AMAR É PERIGOSO, você sabia? Sabia… Até porque acredito que, se você é preto ou preta, já se sentiu em algum momento da vida não merecedor de amor, ou insuficiente pra ser amado, ou menos amado que uma outra pessoa da sua convivência.

A sensação é REAL. Não é uma impressão, ou “coisa da sua cabeça”, é sentido mesmo, e é herdado, além de ser aprendido por repetição. Possivelmente alguém na sua família teve essa dificuldade de expressar amor, pois não recebeu de forma suficiente e não experimentou ao ponto de reproduzir naturalmente… E foi criado por outra pessoa que também não recebeu, que foi criado por outra, e por outra, até chegar naquele ancestral escravizado que foi separado do grande amor de sua vida, de um filho ou irmão e aprendeu a seguinte lição: amar pode ser perigoso, cruel, doloroso e eu preciso evitar o amor pra sofrer menos!

Reprimir e conter as emoções, conforme está no trecho que citei lá em cima, de Bell Hooks… Faz mais sentido agora, certo? As pessoas pretas em sua maioria têm MEDO de sentir, de receber e de demonstrar AMOR. Algumas não sabem mesmo expressar, nem com palavras, nem com atitudes. Outras se sentem mal em receber, pois novamente a sensação ruim invade, e a informação inconsciente vem pra dizer: cuidado… Isso pode ser perigoso! E conscientemente não faz sentido pra elas! Não fazia pra você até agora, de repente.

É possível que na vida delas NADA justifica esse medo… Na história pessoal recente, nada explica, mas a gente vive 10% consciente, enquanto os outros 90% nosso inconsciente comanda… E a herança genética e celular, emocional e sentimental traz a informação: tenha cuidado, porque o amor pode ferir a você e a quem você ama.

Espero que esse texto possa te ajudar a compreender melhor histórias da sua família. Podemos construir novos caminhos, mas reconhecer de onde viemos é fundamental. Somos origem da humanidade, e se pessoas pretas criaram TUDO, o amor é também nossa criação e nossa herança! Que a gente perca o medo de amar e de ser amado, e que a gente se reconheça digno de viver e de compartilhar o amor em toda sua plenitude, começando pelo AUTOAMOR! Falando nisso: você consegue se amar? Bem, esse é um assunto pra outro artigo… Até lá!! Falando com amor, por amor e pra VOCÊ.

Tags: antirracismoeducação antirracistaFamíliaracismo
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