• Família
  • Criança
  • Bebês
  • Gravidez
  • Notícias
  • Clube Pais&Filhos
Sem resultado
Veja todos os resultados
pais e filhos
  • Família
  • Criança
  • Bebês
  • Gravidez
  • Notícias
  • Clube Pais&Filhos
Sem resultado
Veja todos os resultados
pais e filhos
Sem resultado
Veja todos os resultados
Início Coluna

Paternidades Pretas: panoramas e horizontes

Por Toda Família Preta Importa
21/08/2020
Em Coluna
A paternidade é diferente entre brancos e pretos, porque há barreiras a mais no segundo caso

A paternidade é diferente entre brancos e pretos, porque há barreiras a mais no segundo caso reprodução

Share on FacebookShare on TwitterEnviar

**Por Luciano Ramos, consultor em Masculinidades, Paternidades, Violências baseadas em gênero e Saúde do Homem; Paternidades e Masculinidades Negras, pai de Laura

A paternidade é diferente entre brancos e pretos, porque há barreiras a mais no segundo caso (Foto: reprodução)

“O meu maior medo é não ver o meu filho crescer, pois sou um homem preto e moro na Favela.” (relato de um pai jovem participante de uma oficina sobre Paternidades e Cuidado em 2019).

O Mapa da Violência no Brasil 2017 nos aponta que a cada 23 minutos um jovem preto é morto neste país. Assim, a cada instante um jovem preto não terá a possibilidade de paternar nesta nossa sociedade ou uma criança preta terá o pai assassinado. Ser um homem preto e paternar no cenário brasileiro é um desafio. Esta afirmação encontra respaldo no fato de a sociedade ser racista e de que este racismo se manifesta em diferentes aspectos e âmbitos desta mesma sociedade. O filósofo Silvio de Almeida nos apresenta no seu livro Racismo Estrutural que esta forma racista da sociedade brasileira se relacionar não é uma “anomalia” e sim o “normal” desta sociedade que descaracteriza tudo o que se diferencia de uma supremacia branca. Esse fenômeno não seria diferente para o pai preto.

Olhar as paternidades pretas sem análise histórica e antropológica nos permite uma visão rasa e distinta da realidade. Um ponto central é a compreensão de que não podemos analisar as paternidades pretas da mesma forma que fazemos com as paternidades brancas. Há uma luta racial desigual que não está camuflada e não é desconhecida. Como a afirmação do parágrafo anterior o racismo é o “normal” social. O homem preto brasileiro, com todas as precariedades que lhes foram impostas, só teve a possibilidade de começar a paternar após a abolição da escravatura, em 1888. Logo, ele está há menos de dois séculos exercendo paternidades nestas terras. Um século e meio, quando se trata de desenvolvimento humano, é quase nada. Toda memória de paternidade do homem preto anterior ao século XIX é memória afetiva de África.

LeiaMais

Guerreiras do K‑POP conheça outras animações da criadora Maggie Kang.

Guerreiras do K-pop: conheça outras animações da criadora Maggie Kang

29 de outubro de 2025
Huluween no Disney+ terror e suspense se juntam à diversão em família.

Huluween no Disney+: terror e suspense se juntam à diversão em família

29 de outubro de 2025
Desengasgo em bebês e crianças as novas orientações para agir com segurança.

Desengasgo em bebês e crianças: as novas orientações para agir com segurança

29 de outubro de 2025
One Piece temporada 2 aventuras ainda mais épicas.

One Piece temporada 2: aventuras ainda mais épicas

29 de outubro de 2025

Neste contexto precisamos discutir masculinidades como ponto fundamental de construção das paternidades. Há uma luta, aqui posta, que se refere às masculinidades hegemônicas x masculinidades subalternas. É importante entender que há uma interdependência destes modelos apresentados que é construída no interior destas masculinidades. O lugar da hegemonia cabe ao homem branco, hétero e cis e o lugar das subalternidades cabem aos homens pretos e tudo que não está inserido no padrão branco e heteronormativo. A teoria da “virilidade”, enquanto um conjunto de práticas inalcançáveis, e por isso, impeditivas para o homem preto exercer masculinidade, segundo o sociólogo e historiador Georges Vigarello, oferece abrigo a hegemonia do homem branco.

Falar sobre assunto é necessário e cada vez mais (Foto: Arquivo Pessoal)

Nossa sociedade não percebe as diferenças como elemento importante e de riqueza fundamental para a convivência social, ao contrário ela cria desigualdades. Neste sentido o homem preto é visto como inferior ao homem branco. Logo, a este não cabe o exercício da paternidade, a responsabilidade da paternidade, e, menos ainda, o cuidado da paternidade. O machismo retira do homem o lugar do cuidado, submetendo-o, erroneamente, como condição natural da mulher. Do homem preto ele retira duplamente, uma vez que o racismo atribui ao homem preto a característica de “naturalmente violento”. Romper com o machismo para cuidar e com o racismo para ser pai é uma luta constante do homem preto que deseja paternar por aqui. Parece que o racismo unido ao machismo é uma fórmula quase indestrutível de impedimento para o homem preto exercer paternidade.

Que horizonte se apresenta às paternidades pretas? Numa aula que eu ministrei, em 2019, sobre “Masculinidades e Paternidades Pretas” uma jovem me fez essa pergunta e a minha resposta segue a mesma: o Aquilombamento. Essa é a resposta que não podemos perder de vista. Há um provérbio africano que diz: “É preciso uma aldeia para se educar uma criança”. O povo negro possuiu ao longo da história a cultura do afeto e do cuidado coletivo. Esse movimento comunitário pode apoiar o homem preto no exercício da paternidade. Faz-se importante dizer que o movimento coletivo não retira a responsabilidade individual.

Luciano ao lado da filha Laura, de seis meses (Foto: Arquivo Pessoal)

Outro elemento importante a considerar é o fato de que as paternidades pretas têm as suas peculiaridades. E estas precisam ser respeitadas pela comunidade de não pretos. Os medos e desafios dos pais pretos no exercício da paternagem se distinguem dos pais não pretos, por exemplo, o medo constante da morte pela violência do Estado; a instabilidade financeira que afeta diretamente a população preta, etc. Logo, é urgente uma abordagem interseccional quando tratamos o tema de “paternidades”. Sem esta abordagem não conseguiremos considerar as distinções e pensar em Políticas Públicas que deem conta das precariedades a que estes homens pretos foram e são submetidos socialmente e assim vulnerabilizados no exercício de suas paternidades.

Tags: EducaçãoFamíliafilhoshomem pretonegraPaternidadepretaracismoviolência
Compartilhar5Tweet3Compartilhar1Enviar
PRÓXIMO
A mãe foi muito criticada pela atitude e recebeu diversos comentários dos internautas

Mãe choca ao colocar unhas postiças enormes na filha recém-nascida em foto assustadora

Imagem do ícone do Instagram
Criança

Conta de menores no Instagram: saiba como você pode supervisionar

Por Anna Araújo
29 de outubro de 2025
0

A rede social mais usada do Brasil, o Instagram, é utilizado por muitas crianças e adolescentes. Por isso, é fundamental...

Leia maisDetails
Criança sorrindo e desenhando

Crianças com TDAH podem ser mais criativas, diz estudo

29 de outubro de 2025
Guerreiras do K‑POP conheça outras animações da criadora Maggie Kang.

Guerreiras do K-pop: conheça outras animações da criadora Maggie Kang

29 de outubro de 2025
Imagens do filme Zootopia 2

Zootopia 2: atores brasileiros retornam às vozes da animação

29 de outubro de 2025
Personagens da animação de Toy Story 5

Toy Story 5: primeira exibição emociona o público

29 de outubro de 2025
  • 18º Seminário Internacional Pais&Filhos – Mãe (não) é tudo igual
  • Fale Conosco
  • Página Inicial
  • Política de Privacidade
  • Quem Somos
  • Termos de Uso

© Brasil MN Manchete Editora 2023 - Todos os direitos reservados | Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

Sem resultado
Veja todos os resultados
  • Família
  • Criança
  • Bebês
  • Gravidez
  • Notícias
  • Clube Pais&Filhos

© Brasil MN Manchete Editora 2023 - Todos os direitos reservados | Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.