Em um ambiente lúdico, seja jogando futebol com amigos ou participando de uma simples corrida no quintal, as crianças demonstram um forte espírito competitivo. Esta disposição para competir não se restringe apenas ao futebol; atividades como natação, basquete, vôlei e até brincadeiras aparentemente simples podem desencadear o desejo de vencer nos pequenos. Lee Hancock, um renomado treinador de futebol dos Estados Unidos, observa que algumas crianças parecem focadas exclusivamente em vencer, levantando questões sobre a origem dessa preocupação constante em ser o primeiro.

De onde vem a competitividade infantil?
A competitividade é um comportamento natural entre as crianças de 3 a 5 anos. Segundo Moore, essa fase da vida é marcada pela assimilação do conceito de ganhar, onde as crianças começam a entender e valorizar as vitórias. “Até os quatro anos de idade, eles disputam tudo, sempre querendo provar que possuem algo melhor ou mais interessante que os outros”, explica. Essa dinâmica competitiva, contudo, pode gerar confusão quando leva à exclusão social, uma vez que outras crianças podem se afastar daquelas que sempre querem vencer.

Mais importante do que ganhar é trabalhar em equipe
Moore sugere aos pais abordarem essas situações com perguntas reflexivas para seus filhos, incentivando-os a considerar os sentimentos dos colegas e a importância de dar oportunidades iguais a todos. Essa abordagem visa ensinar que a verdadeira vitória está no esforço conjunto e na diversão partilhada, não apenas no resultado final. Ademais, é crucial que as crianças aprendam desde cedo que perder faz parte do processo de crescimento e desenvolvimento pessoal.

Preparação para vida adulta
O mundo é intrinsecamente competitivo e, conforme crescem, as crianças serão cada vez mais confrontadas com situações de vitória e derrota. Hilary Levey Friedman, sociologista da Universidade de Harvard, enfatiza a importância de ensinar resiliência desde cedo. Aprender a lidar com o fracasso não apenas prepara as crianças para sucessos futuros mas também lhes ensina que obstáculos são oportunidades para se levantar e tentar novamente.

Em suma, enquanto a competitividade pode ser uma característica natural do desenvolvimento infantil, é fundamental equilibrá-la com lições sobre cooperação, empatia e resiliência. Ensinar às crianças que ganhar não é tudo e que o esforço conjunto e a diversão são tão importantes quanto o resultado final é crucial para seu desenvolvimento saudável e preparação para os desafios da vida.
Como estimular o desenvolvimento do seu filho

Cada criança tem o próprio tempo, tendo o próprio desenvolvimento dentro do esperado. Além de respeitar esse crescimento, é uma ótima ideia estimular ainda mais a criança, para que seu desenvolvimento motor e cognitivo durante a infância, siga de maneira saudável e com maior facilidade.
O desenvolvimento cognitivo na infância é nada mais do que como o seu filho enxerga, raciocina e se comunica ao longo dos anos, ou seja, como o cérebro dele processa informações e passa por evoluções durante o período de crescimento e desenvolvimento. Já o desenvolvimento motor da criança envolve as questões da postura, equilíbrio, alongamento muscular e flexibilidade. É como a criança se movimenta e como ela aprimora estas capacidades no decorrer do tempo.
Dia do Amigo: entenda a importância da amizade para o desenvolvimento do seu filho

Dizem que quem tem um amigo, tem um tesouro. Na vida adulta, o valor da amizade está em compartilhar experiências de modo espontâneo. Na infância, a importância da amizade é ainda maior. Em um mundo onde as pessoas estão cada vez mais focadas em seus próprios quadrados, estimular que seu filho se relacione e passe tempo com os amigos é essencial e necessário durante a infância.
Ter e fazer amigos, assim como manter amizades representam fatores fundamentais para o desenvolvimento saudável da criança. “Aprender a partilhar, a se comunicar, a negociar, a ter autonomia… Enfim, aprender a se relacionar com seus semelhantes ou desiguais. Com um amigo, a criança aprende o diferente, se questiona”, explica a antropóloga e educadora Adriana Friedmann, especialista na temática da Infância.