Publicado em 13/12/2022, às 08h33 - Atualizado às 08h46 por Redação Pais&Filhos
Alyssa é uma menina de 13 anos de idade que em maio do ano passado foi diagnosticada com leucemia linfoblástica aguda das células T. Essas cédulas são de extrema importância para o corpo, mas para a menina, se tornaram um risco de vida.
Como nenhum tratamento comum, como a quimioterapia ou o transplante de medula óssea estavam funcionando, a doença acabou atingindo um estágio agressivo, a única opção era os cuidados paliativos – conjunto de práticas de assistência ao paciente incurável que visa oferecer dignidade e diminuição de sofrimento.
Internada em um hospital infantil em Londres, o Great Ormond Street Hospital, os médicos não desistiram e resolveram tentar utilizar a engenharia biológica como última tentativa de salvar a criança. A equipe decidiu por em prática uma tecnologia inventada recentemente, chamada de ”edição da base”, de acordo com o BBC News. São quatro tipos de base que formam a construção do bloco genético do corpo humano, se instalando no DNA – Adenina (A), Citosina (C), Guanina (G) e Timina (T)-.
O método consiste em fazer uma alteração na edição da base formada pelo corpo, que quando é ampliado uma parte do código genérico, pode-se trocar a estrutura molecular, convertendo-a em uma outra e modificando as instruções genéticas. Cientistas e médicos uniram-se para projetar um novo tipo de célula T [já que a de Alyssa era destruídora para ela], provenientes de um doador que, com modificação do método citado, fossem capaz de caçar e matar as células cancerígenas da menina.
De acordo com o professor e médico Waseem Qasim, as edições foram feitas em três etapas. ”Ela é a primeira paciente [com a permissão dos pais] a ser tratada com esta tecnologia”, contou. Ele ainda acrescentou que essa é uma área da ciência que se move muito rápido, com um enorme potencial em uma série de doenças.
Alyssa passou dezesseis semanas no hospital, onde ficou em observação. Ela ainda, caso a terapia funcionar [como está acontecendo], receberá o segundo transplante de medula óssea para regenerar seu sistema imunológico. [incluindo as células T]. Felizmente, o tratamento funcionou, e agora ela passa somente por um acompanhamento médico, mas já foi liberada e pode ficar com a família e ”fazer coisas normais”, como ela descreveu. Nos últimos dois exames, não havia sinais do câncer novamente.
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