Uma babá, suspeita de dopar gêmeos de três anos em novembro de 2019, está sendo investigada em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Depois das crianças realizarem exames no Laboratória Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen), foram encontrados calmantes para diminuir a ansiedade do sangue dos bebês.
A mulher, que também é técnica de enfermagem, será indiciada por lesão corporal grave, furto de medicamentos e também omissão de socorro. De acordo com o G1, as imagens das câmeras de segurança do prédio onde as crianças moram mostraram que elas pareciam desorientadas e com falta de equilíbrio. Um deles até chega a cair e bater o rosto no chão, em seguida, o outro esbarra com força em uma grade de ferro.
A cena, que durou cerca de 30 minutos, aconteceu enquanto ela estava sentada no banco de uma praça. De acordo com a polícia, assim como informado ao site, os gêmeos estavam passando mal e a funcionária não prestou socorro. Apenas depois é possível ver que ela levou os dois para a mãe, dentro de casa.
Depois de serem levados para o hospital de Canoas, a mãe desabafou sobre a situação: “Um dos gêmeos passou dois dias sem dormir. Teve que ser amarrado, porque estava muito agitado. Via bichinhos, falava muita coisa desconecta. Não conseguia identificar, às vezes, nem eu mesma nem a avó. Demorou um pouco até voltar a ter consciência”.
Depois de ser ouvida pela polícia, a babá confessou que furtou os medicamentos da clínica na qual trabalha. Ela afirmou também que provavelmente os gêmeos teriam pego os remédios da bolsa dela naquele dia. Pablo Rocha, o delegado responsável pelo caso, afirmou que achou estranho, pois as crianças haviam usado um copinho.
“Naqueles dois copinhos, foram colocados os medicamentos, esmagados e misturados a um suco que as crianças ingerem. Tomaram suco de uva com o medicamento, não temos dívida disso”, contou ao site. “Ela trabalhou a semana inteira, estava cansada, conhecia os gêmeos, sabia que são saudáveis e ativas. Ela pensou: ‘Vou dar um remédio, ficam dormindo por um período, e eu descanso, me recupero, e amanhã cuido deles’. Penso que ela não teve a intenção de causar toda essa lesão nas crianças, muito menos a intenção de quase matar. Mas o resultado é esse”.
A mãe ainda concluiu que a babá poderia ter pedido ajuda, mas não fez isso: “Os meus filhos estavam sem coordenação alguma das pernas, pescoço, fala. Um estava pior do que o outro. E por que que ela não me ligou? Por que que ela não chamou uma mãe? Eles caindo, caindo, caindo daquela forma, podendo ter batido a cabeça. Eu não consegui compreender tudo isso, até agora eu não compreendo tudo isso”. Ainda de acordo com o delegado, a mulher não indicou um advogado para a defesa e o caso segue na justiça.
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