A defesa de Sari Corte Real afirmou que Miguel Otávio, de 5 anos, que morreu enquanto a mãe Mirtes Renata, passeava com os cachorros da patroa, é o culpado pela própria morte. O menino entrou sozinho em um elevador para procurar pela mãe e caiu do nono andar de um prédio de luxo em Recife, em junho do ano passado. A informação foi dada pelos advogados da mãe.
Durante uma entrevista à editora-chefe do site Mundo Negro, Mirtes afirmou que a defesa da ex-patroa, acusada por abandono de incapaz, está acusando a criança pelo acidente, afirmando que ela possuía “transtornos mentais”, e por esse motivo, Sari não conseguiu impedir o garoto de entrar no elevador.

“É uma estratégia de defesa muito baixa que eles estão usando. Estão buscando argumentos para culpar meu filho e querendo transformar o Miguel em uma criança que teria problemas mentais a ponto de chamarem o psicólogo dele para depor contra Miguel”, afirmou. Ela ressaltou que a criança precisou fazer terapia, mas devido à separação dela com o pai dele, envolvendo apenas questões emocionais.

“No depoimento ela culpa até a filha dela, porque ela disse deixou Miguel entrar dentro do elevador porque a filha tirou a atenção dela. Ela não assume o crime, ela coloca a responsabilidade no meu filho e na filha dela”, acrescentou.
“Isso me machuca porque eles ficam falando mal do meu filho e isso é muito doloroso para mim. Eu não admito que ninguém fale mal do meu filho. Ele tinha comportamento normal para idade dele, graças a Deus saudável e agora ela [Sari] quer bancar de vítima de uma criança. Uma mulher de 30 e poucos anos! Isso não cola”, disse, inconformada com as informações que recebeu.
Relembre o caso
Miguel caiu do 9º andar do edifício Píer Maurício de Nassau, no bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife, no dia 2 de junho. A queda aconteceu após a mãe dele deixá-lo com Sarí Corte Real para passear com a cadela da ex-patroa.
O menino quis acompanhar a mãe, então, pouco depois da tragédia, imagens do elevador do prédio mostraram Sarí Real junto de Miguel no elevador do prédio. Depois de convencer Miguel a sair do elevador quatro vezes, a primeira-dama desiste de acompanhar o garoto.

Ela então parece apertar o botão do elevador, deixando que a porta se fechasse com o garoto, sozinho, dentro. De acordo com as investigações da Polícia Civil de Pernambuco, Sarí então voltou ao apartamento, para continuar seu tratamento com uma manicure.
Ao chegar ao nono andar, Miguel abriu a porta corta-fogo do andar e seguiu pelo corredor. Ele pulou o peitoril da janela, colocou os dois pés na caixa de compressores e, já na área técnica, subiu na grade, momento em que uma peça se soltou e o menino caiu.
Na época, Sarí chegou a ser presa preventivamente um dia depois da morte, mas pagou fiança de R$20 mil, para responder ao processo em liberdade.