Uma dúvida frequente de mães e pais é até quando a chupeta ou o dedo na boca são hábitos aceitáveis e, principalmente, como ajudar os filhos a se desapegar deles. Uma pesquisa recente feita pelo Hospital Infantil C.S. Mott, nos Estados Unidos, mostrou que a maioria das crianças entre 1 e 6 anos já usou chupeta ou ainda chupa o dedo, e que muitos pais também têm dificuldade na hora de fazer o desmame.
O estudo revelou que 51% das crianças usam chupeta, enquanto 25% recorrem ao dedo ou aos dedos como forma de se acalmar. Além disso, quatro em cada cinco pais acreditam que o uso da chupeta deve parar até os dois anos de idade. Apesar disso, muitos admitem que deixaram passar do ponto: 1 em cada 11 acham que demoraram demais para tirar a chupeta e 1 em cada 6 sentem o mesmo em relação ao dedo.
No começo, a chupeta pode até ser benéfica
Sim, é verdade. Usar chupeta no início da vida pode até ser recomendado. A Academia Americana de Pediatria, por exemplo, sugere o uso durante o sono nos primeiros meses, pois isso pode ajudar a reduzir o risco de morte súbita infantil. Além disso, é completamente natural que os bebês sintam necessidade de sugar. É um instinto que faz parte do desenvolvimento até a dentição primária estar completa, por volta dos dois anos.
O ato de sugar serve também como forma de consolo. E enquanto eles ainda não dominam outras maneiras de se acalmar, como abraçar um cobertor, cantarolar ou embalar o corpo, o dedo ou a chupeta acabam se tornando aliados.
Quando o hábito se estende demais
O problema começa quando o hábito de sugar ultrapassa os dois anos de idade. O uso prolongado pode afetar o desenvolvimento da arcada dentária e até mudar a estrutura da boca, aumentando as chances de problemas como mordida cruzada e necessidade de aparelho no futuro.
Além disso, o uso contínuo de chupetas ou o hábito de chupar os dedos depois dos 12 meses pode aumentar os episódios de infecções no ouvido, algo que ninguém quer lidar com frequência, não é mesmo?

Qual é a idade ideal para parar?
Não existe uma regra rígida, mas a recomendação geral é iniciar o processo de desmame entre 1 e 2 anos. Nessa fase, as crianças já começam a aprender outras formas de conforto. Incentivar o uso de objetos de apego como bichinhos de pelúcia ou cobertores pode ajudar bastante nessa transição.
O segredo está em substituir o hábito por alternativas que ofereçam o mesmo conforto emocional, sem causar danos à saúde bucal.
Estratégias que funcionam para largar a chupeta ou o dedo
Se você está encarando resistência do seu filho na hora de largar a chupeta ou parar de chupar o dedo, calma! Isso é mais comum do que parece. Afinal, esses hábitos são práticos, portáteis e fáceis de oferecer, tanto para a criança quanto para quem cuida.
Mas tem como vencer essa etapa, sim. Aqui vão algumas dicas que costumam funcionar bem:
- Para chupetas: comece restringindo o uso para horários de sono, como cochilos e à noite.
- Para o dedo: ofereça distrações durante o dia, como atividades que envolvam o uso das duas mãos.
- Apresente novos objetos de conforto, como cobertores, paninhos ou brinquedos fofos.
- Diminua o uso gradativamente, até eliminar por completo.
- Use recompensas simbólicas, como adesivos ou elogios, para cada conquista sem chupeta ou dedo.
E claro, a consistência é essencial. Pode ser tentador ceder naquele momento de cansaço ou choradeira à noite, mas manter a firmeza (com carinho) é o caminho para que a mudança realmente aconteça.
Vá com calma: cada criança tem seu tempo
Mais do que seguir uma receita de bolo, é importante lembrar que cada criança tem um ritmo diferente. Algumas aceitam mudanças com mais facilidade, outras levam um pouco mais de tempo, e está tudo bem. Às vezes, o próprio ritmo da vida adulta pode interferir no momento ideal de fazer o desmame.
O importante é não se culpar e lembrar que essa é uma fase passageira. Se sentir que precisa de ajuda ou orientação, vale conversar com o pediatra. Ele pode avaliar o estágio de desenvolvimento do seu filho e ajudar a traçar a melhor estratégia.