As mentiras dos filhos são uma das grandes preocupações dos pais. No entanto existe uma notícia curiosa sobre esse comportamento. Um estudo publicado no Journal of Experimental Child Psychology (publicação especializada em psicologia infantil) afirma que crianças que sabem mentir tem a memória melhor.
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A pesquisa feita em 2015 analisou mais de 100 crianças entre 6 e 7 anos. Foi proposto um jogo de perguntas gravado por câmeras escondidas. Foi observado que as crianças que mentiram no jogo, se saíram melhor em testes de memória verbal, que envolvia lembrar uma grande quantidade de palavras.
A razão pela qual elas se destacaram nesse tipo de memória (e não na memória visual) é porque eles precisaram se esforçar mais e fazer “malabarismos verbais” para contar a mentira. Outro achado interessante do estudo é que apenas 25% das crianças participantes tentaram enganar.
Apesar de um resultado relativamente positivo, não é indicado valorizar esse tipo de comportamento. “A criança mente para se beneficiar, para ter algum tipo de lucro”, alerta a psicopedagoga e terapeuta familiar Quézia Bombonatto, mãe de Rodrigo e presidente da ABPp (Associação Brasileira de Psicopedagogia). É o que ocorre quando a criança fala que está doente para não ir para a escola ou diz que está com dor de estômago para não comer vegetais.
A omissão da verdade também pode indicar algo mais grave. “Quando a criança mente, ela pode estar querendo chamar atenção para algum medo ou angústia que está sentindo”, comenta a psicopedagoga.
Neste caso, os pais precisam conversar com os filhos para entender o que está ocorrendo. O tom da linguagem, porém, não pode ser de bronca. “Se a criança se sentir repreendida, vai continuar mentindo para não levar bronca”, explica a psicopedagoga.