O seu filho vive com febre? Calma. Saiba que os números do termômetro podem indicar que o sistema imunológico dele funciona bem
Tradução e adaptação de Marianna Perri, filha de Rita e José
Muitos pais entram em pânico quando seus filhos ficam com febre. São ligações durante a madrugada para os pediatras e visitas ao pronto-socorro sem real necessidade. Apesar de muito comum, o aumento da temperatura corporal assusta. E, muitas vezes, os remédios anti-térmicos não ajudam os pais nesta hora. Segundo um estudo do The Journal of the American Medical Association, divulgado no jornal The New York Times em janeiro, a maioria dos medicamentos tem instruções confusas.
O artigo afirma que muitos remédios em sua forma líquida não acompanham aqueles potinhos de plástico e, quando vêm, eles não contam com a marcação indicada na bula. Uma dose muito pequena do remédio pode ser ineficiente contra a febre, mas uma dosagem maior do que a indicada pode ser tóxica. Então, como saber qual a quantidade necessária para seu filho?
Depende do peso do seu filho. As dosagens vão aumentando conforme a criança vai crescendo e isso pode causar ainda mais confusão. “Sempre pedimos para os pais comparem as garrafas de remédios”, conta a enfermeira pediátrica Kathleen Martinez, coordenadora clínica do programa After Hours Telephone Care, realizado pelo hospital infantil de Aurora, no Colocado, Estados Unidos.
Katheen conta qual o procedimento para encontrar a quantidade certa do remédio. “Perguntamos qual medicamento os pais tem em casa, pedimos para eles pegarem a garrafa em mãos e nos dizer qual a concentração. Então, verificamos a dosagem ideal para aquela criança. É uma perda de tempo e, claro, muda com o tempo, então os pobres pais tem que ligar de novo para nós”, finaliza.
Sinal de alerta
A febre pode ser preocupante, mas é um indicador de que há algo errado no organismo de seu filho. Não adianta apenas se preocupar com os números do termômetro e não investigar outros sintomas.
O pediatra Perri Klass narra uma história que exemplifica bem o desespero de alguns pais. “Uma mãe me ligou durante a noite, dizendo que seu filho estava com febre e dores abdominais. Estava mais preocupado com as dores e se a criança estava bebendo água suficiente para não desidratar. Mas não importava o que perguntasse para aquela mãe, ela sempre voltava a falar sobre a febre”.
Klass conta que pediu para a mãe ir com o filho ao pronto-socorro para verificar o porque das dores abdominais e ela apenas reclamou da febre alta quando chegou no local.
O médico diz que febres em bebês com menos de três meses são as mais preocupantes, pelo risco de infecções bacterianas graves. Mas em crianças mais velhas, a febre é um sinal positivo de que o sistema imunológico está funcionando bem.