Publicado em 06/07/2023, às 11h23 por Mayara Neudl, Estagiária | Filha de Lidia e Rogerio
No dia 22 de junho foram divulgadas nas redes sociais imagens onde uma criança de 2 anos e 9 meses é vista dentro de uma espécie de “gaiola” no Centro de Educação Infantil, no bairro de Santa Rosália em Sorocaba, interior de São Paulo.
O caso foi denunciado na prefeitura de Sorocaba, o Conselho Tutelar acionado e um Boletim de Ocorrência por maus-tratos feito. A servidora pública foi afastada, e está sendo investigada pela Corregedoria Geral do Município de Sorocaba.
Na escola não haviam funcionários da diretoria, nem coordenação, e a conselheira tutelar relatou que as crianças estavam na presença de apenas auxiliares de classe, já que no período da tarde os professores não estavam presentes, segundo a Folha.
No vídeo é possível observar a criança chorando desesperadamente dentro de uma estrutura aparentemente feita de metal, semelhante a uma “jaula”. Além disso, em outra parte das gravações, a criança está próxima a uma lixeira quando uma mulher chega mais perto e a retira do local.
Rodrigo Somma Marques Rollo, o advogado da família, relatou ao UOL que a criança teria sido deixada ali durante o período de aproximadamente 1 hora, e que só foi retirada quando a vizinha teve a iniciativa de resolver.
Quando a mãe foi buscar o filho na escola, foi comunicada pela diretora do CEI-7 e por um funcionário da Secretaria de Educação do que havia ocorrido. Ela só teve acesso às imagens após localizar a mulher que as gravou.
Em nota, a Prefeitura de Sorocaba se posicionou. “O prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga, determinou, nesta quinta-feira (22), o imediato afastamento de uma servidora da Educação, cujos atos supostamente imputados a ela contra uma criança, estudante em unidade de Educação Infantil, estão sendo investigados pela Corregedoria Geral do Município. O Conselho Tutelar também acompanha o caso. O Município continuará tomando todas as providências cabíveis, repudiando e não admitindo qualquer tipo de episódio nesse sentido”.
“Imaginei que era uma casinha de brinquedo na qual ele foi colocado preso. Falaram que era um cantinho de areia. Nem imaginei que fosse aquele espaço enorme, trancado daquele jeito”, relatou Andreza em entrevista ao G1 e a TV TEM.
Apesar de ter buscado auxílio junto à Prefeitura de Sorocaba, Andreza afirma que não recebeu ajuda adequada e que foi encaminhada ao Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil (Gpaci), onde seu filho e ela prestaram depoimentos. O Conselho Tutelar tem acompanhado a família de perto.
“Espero justiça e que isso não pare só nos canais de televisão, porque daqui a pouco isso vai ser mais uma notícia. Infelizmente, isso vai passar. Vai ficar a imagem pesada para mim, para o meu filho, para o futuro dele. Ele falar ‘mãe, eu que era a criança?’, porque isso vai ficar, isso não vai sair mais. Então, eu quero tirar essa imagem do menino da jaulinha, sabe? E eu quero trazer a imagem do meu filho de verdade. Um menino alegre, feliz, amoroso”, desabafou Andreza.
A Prefeitura de Sorocaba informou que o caso foi imediatamente investigado assim que a denúncia chegou à Corregedoria-Geral do município. A suposta responsável envolvida no incidente foi afastada e todas as providências necessárias estão sendo tomadas. A criança recebe todo o apoio necessário do município e foi encaminhada à Escuta Especializada do Gpaci.
O advogado da família, Rodrigo Rollo, revelou que o incidente teria ocorrido devido a um brinquedo quebrado. Segundo ele, o menino foi punido e ficou trancado no local por aproximadamente 40 minutos a uma hora. O Ministério Público (MP) solicitou esclarecimentos à Secretaria Estadual de Educação de São Paulo sobre o caso e instaurou uma investigação para apurar as circunstâncias do ocorrido e possíveis responsabilidades.
Além disso, a Secretaria está promovendo um acompanhamento psicológico para a criança envolvida no caso e oferecendo suporte à família durante todo o processo. Ainda não há informações sobre as consequências legais que a servidora envolvida poderá enfrentar além do afastamento de suas funções.
A prefeitura informou que afastou a responsável no dia 23 de junho, quase um mês após o ocorrido. Segundo a prefeitura de Sorocaba, os esclarecimentos solicitados pelo Ministério Público foram todos respondidos pelo município.
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