Corinne Maier é uma escritora e psicanalista francesa, de 55 anos. Mãe de dois filhos, a autora escreveu o livro polêmico No Kids: 40 Good Reasons Not to Have Children (em tradução livre, Sem Crianças: 40 Boas Razões para Não ter Filhos).
A francesa defende que os adultos colocaram na cabeça que precisam ter filhos, mas ficam exaustos por causa de todo trabalho que elas exigem e acabam sem energia para mais nada. Em entrevista à BBC, Corinne disse que nós vivemos em uma sociedade obcecada pelas crianças. “Um filho é considerado uma garantia de felicidade, um desenvolvimento pessoal e até um status social”, disse durante a conversa com o veículo.
De acordo com a escritora, as pessoas que decidem não ter filhos são chamadas de egoístas. “Muitos deles se sentem pressionados a se justificar: ‘Não posso ter filhos, mas adoro crianças’”, completou. Ela ainda afirmou que quando escuta alguma conversa parecida sempre costuma fazer um comentário para provocar: “Eu tenho filhos, mas tenho razões para odiar crianças”.
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Corinne disse para a BBC que é hora da gente parar de dizer que bebês são sinônimo de felicidade. “Sentir-se realizada com a maternidade (ou paternidade) agora é compulsório. Na minha experiência, a realidade é bem diferente: criar um filho é 1% de felicidade e 99% de preocupação”, disse.
Segundo a especialista, o trabalho materno consome muito tempo do ser humano e os pais sempre querem ser “hiperpais” porque se envolverem muito com a educação dos filhos.
A francesa diz que esse comportamento dos pais dificulta o desenvolvimento da maturidade da criança. “Tanto que eu sempre penso em como elas conseguem, de fato, virar adultos”, comentou.
A escritora defende que filhos custam uma fortuna: “Na Espanha, por exemplo, elas custam entre 98 mil euros e 300 mil euros cada, segundo uma organização de consumidores”.
Corinne ainda compartilhou detalhes da sua própria experiência como mãe, durante a conversa com a BBC, dizendo que a criação dos filhos não apenas a deixou cansada, mas também fez ela perder muito dinheiro. “Em breve, minha filha vai terminar seus estudos. Vou dar uma festa. Finalmente não terei mais que bancá-la. Que alívio!”, disse.
A psicanalista analisa e conecta a nossa paixão por crianças com a nossa crescente preocupação com o futuro da humanidade. “Crianças, bem-vindas e boa sorte na entrada deste mundo podre que seus pais, que te amam muitíssimo, te deixaram”, provocou.
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