Um estudo recente revelou que crianças brasileiras estão utilizando inteligência artificial (IA) para buscar companhia online. A pesquisa destaca que, diante da solidão digital, eles têm recorrido a assistentes virtuais e chatbots para interações sociais. Essa tendência reflete a crescente presença da IA no cotidiano infantil.
A pesquisa foi conduzida pela Norton, empresa especializada na área digital. Os dados indicam que, além de utilizarem a IA para tarefas acadêmicas, as crianças também buscam nela uma forma de interação e companhia.
Entenda mais sobre a pesquisa
O estudo realizado ouviu pais, educadores e jovens de diferentes regiões do Brasil, entre 9 e 13 anos.
Além de identificar o uso da IA para fins escolares, o levantamento revelou que muitas crianças utilizam essas ferramentas como forma de companhia e conversa. Os dados reforçam a importância de entender como a tecnologia impacta a vida emocional e social das crianças.
O uso da IA como ferramenta de interação
Cada vez mais, crianças usam a IA como alternativa à falta de companhia física. Por meio de apps que simulam diálogos humanos, elas interagem com bots que respondem, escutam e até conversam sobre sentimentos, o que favorece um senso de presença virtual.
Por outro lado, essas interações não substituem o contato humano real, e especialistas alertam que, embora confortante, a companhia virtual não deve ser única forma de socialização. Dessa forma, é importante equilibrar: enquanto a IA oferece suporte, mantê-la complementar às conversas cara a cara se mostra essencial.
Quais os reflexos da IA no emocional das crianças?
À medida que o uso da IA se amplia, surgem preocupações quanto aos efeitos sobre o bem-estar emocional das crianças. De um lado, há benefícios como estímulo à curiosidade e autonomia; por outro, o excesso de interação digital pode limitar habilidades como empatia, paciência e convivência social.
Por isso, é essencial que pais e responsáveis acompanhem de perto essas interações, oferecendo apoio e direcionamento. Além disso, conversar com as crianças sobre suas experiências com a IA ajuda a identificar sinais de dependência emocional ou desconforto.
Quais cuidados tomar com a IA?
Além das questões emocionais, o uso frequente de IA por crianças também levanta alertas sobre privacidade e proteção de dados. Como muitas plataformas coletam informações pessoais, é necessário garantir que as ferramentas utilizadas sejam seguras e estejam de acordo com as normas de proteção infantil.
Nesse contexto, cabe aos adultos — pais, responsáveis e educadores — pesquisar previamente os aplicativos usados, configurar as permissões corretamente e conversar com as crianças sobre riscos e responsabilidades no ambiente digital. Assim, é possível transformar o uso da IA em uma experiência mais segura.
Garantindo um uso saudável na internet
Embora a IA ofereça recursos interessantes para o aprendizado, como tutores virtuais e conteúdos personalizados, ela não deve substituir o papel da escola nem o contato com colegas e professores. Em vez disso, pode servir como um apoio complementar dentro de uma rotina bem estruturada.
Para isso, é importante que o uso seja mediado por adultos atentos, que ofereçam também outras formas de aprendizado e lazer. Dessa maneira, as crianças se desenvolvem de forma equilibrada, com apoio tecnológico, mas também com estímulos offline e interações reais.
Futuro da IA entre crianças brasileiras
Segundo o estudo, o uso da IA por crianças deve crescer nos próximos anos, tornando-se parte cada vez mais comum da vida cotidiana. Portanto, é urgente pensar em políticas, regulamentações e orientações práticas para garantir que essa relação com a tecnologia seja ética e positiva.
Nesse cenário, o envolvimento conjunto de pais, escolas, desenvolvedores e autoridades é essencial. Somente com diálogo aberto e educação digital desde cedo será possível garantir que a IA seja usada como ferramenta de apoio e não como substituto de relações humanas.
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