Um adolescente de 14 anos foi alvo de comentários de cunho racista em um grupo do WhatsApp de alunos do Colégio Cristão Ver, na região noroeste de Belo Horizonte. Mensagens como “saudades de quando preto era escravo” e “não sabia que preto poderia ter celular” foram enviadas assim que o menino saiu do grupo.
Segundo informações concedidas pela UOL, o pai da criança procurou a Delegacia da Criança e do Adolescente. Ele foi orientado a comparecer em outra unidade da Polícia Civil, junto com seu filho, para registrar o Boletim de Ocorrência.
Alexandre, o pai do jovem, contou que o grupo foi criado pelos próprios alunos da escola para enviarem conteúdos e estudarem para as provas finais. Logo depois de criado, seu filho passou a ser excluído e isolado das conversas. O garoto então decidiu sair do grupo e, logo em seguida, começaram os ataques racistas.

O menino teve conhecimento dos comentários dos colegas após um amigo lhe enviar as mensagens, o alertando. “Que bom que o ‘neguin’ não tá, já não aguentava mais preto naquele grupo”, disse um dos alunos. O nome do grupo também chegou a ser alterado após a saída do menino para ‘Pilantrinhas (sem neguin)’.
A coordenação pedagógica da escola marcou uma reunião com os pais e os responsáveis que ofenderam o adolescente. Alexandre explicou que um dos pais tentou minimizar a situação vivida pelo filho. “Eles se desculparam, mas o leite já foi derramado. Eles bateram muito forte não só na minha família, mas no meu filho também”, desabafou.