Com 2 anos e 3 meses, Allana e Mariah nasceram unidas pela cabeça. Neste sábado, 11 de março, as gêmeas estão sendo submetidas à terceira cirurgia para a separação, que acontece no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, em São Paulo.
Apesar de ser um procedimento mais avançado do que o último, realizado em novembro do ano passado, a expectativa é de que elas ainda não saiam da cirurgia separadas totalmente. Isso porque o procedimento deve separar três quartos da ligação entre as crianças e uma quarta operação será necessária.

A previsão é que a cirurgia, que começou por volta das 7h30, dure até às 17h. Uma equipe de 40 profissionais está sendo envolvida para realizar a técnica.
“A expectativa para a cirurgia é que tudo corra bem e que a gente consiga realizar o que planejamos. O planejamento – como sempre – começou com bastante antecedência, desde a ressonância magnética feita 30 dias após a segunda cirurgia. A intenção é nunca ter surpresas e programar detalhadamente a cirurgia”, afirma o neurocirurgião Hélio Rubens Machado, um dos responsáveis pelo caso.
Allana e Mariah nasceram em Ribeirão Preto no dia 9 de dezembro de 2020, mas moram em Piquerobi (SP). O caso das gêmeas é considerado extremamente raro e foi detectado quando as duas ainda estavam na barriga da mãe.
Entenda o procedimento
A primeira neurocirurgia das gêmeas aconteceu em agosto de 2020, e durou nove horas e meia. Três meses depois, elas foram submetidas ao segundo procedimento. Nessa etapa, as veias do cérebro que liga as duas foram seccionadas e dessa vez essa etapa deve se repetir.

De acordo com Machado, as meninas haviam atingido a metade do processo de separação no ano passado, e mais duas cirurgias deveriam ser feitas depois, sendo essa a terceira.
“Nós planejamos quatro cirurgias para fazer a separação total. Na primeira, a gente separa um quarto, na segunda, a gente atinge a metade. A única diferença entre uma e outra é que a gente progride na separação da circulação cerebral das crianças”, explicou em novembro.
Após a operação de hoje, a previsão é que as meninas sejam submetidas a novos procedimentos em junho deste ano. Seriam eles uma quarta neurocirurgia e uma cranioplastia.
O cirurgião plástico Jayme Farina Júnior informou que a equipe também estuda a utilização de células-tronco para a cranioplastia, para que a cabeça de uma criança seja coberta pelo pedaço de pele doado pela outra.
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