Você se enxerga nas mulheres dos filmes de Hollywood? Nas princesas da Disney? Nos outdoors espalhados pela rua? Se você respondeu sim, provavelmente faz parte da população privilegiada.
Sim, porque essas personagens são em sua maioria brancas, de pele clara, cabelo liso, peles sem marcas. Mas se você respondeu não, faz parte da maioria das mulheres, que são muito complexas e versáteis para se encaixar em um padrão limitante.
Foi pensando nisso, que a Karen Bussacarini resolveu criar uma loja de bonecos feitos de forma 100% artesanal. “Quando fui conhecer o mercado, me deparei com a realidade de que apenas 3% da produção de bonecos no Brasil são negras”, comentou, “E não existia ninguém fazendo bonecos com deficiências físicas específicas”.
A Moe Brinquedos do Bem nasceu em 27 de julho de 2018 com o objetivo de criar brinquedos representativos para “proporcionar à crianças especiais a chance de se enxergar diante da sociedade e se sentir parte dela”.
Junto com isso, há a intenção de ensinar os pequenos a respeitar, cuidar e amar o diferente. Por essa razão, escolhemos a história de Karen, a mãe do Gustavo, de 5 anos, e da Rafaela, de 2 anos, das recebidas pelo projeto Nascer de Novo, para compartilhar no Dia Internacional da Síndrome de Down e Dia Internacional Contra a Discriminação Racial.
O projeto, em parceria com a Brascol, busca valorizar o empreendedorismo materno e está reunindo histórias como essa para inspirar outras mães e mulheres a se realizarem profissionalmente. E a realização desse sonho é ainda mais motivante quando segue um ideal, como Karen.
Na loja, os produtos são personalizados para os clientes. Dentre os modelos vendidos, estão bonecos negros, orientais, com deficiências (física, visual, auditiva), amputados, em cadeira de rodas… A história mais marcante para a empreendedora foi uma encomenda para uma menina que lutava contra o câncer.
Durante a produção, ela perdeu o cabelo por conta da quimioterapia e Karen optou por tirar todo o cabelo da boneca e fazer uma peruca removível, adaptando a coroa para que pudesse usar quando estivesse careca.
“Determinamos que nossos produtos seriam muito mais do que apenas brinquedos, queríamos bonecos que, de alguma forma, fizessem o bem e tivessem propósito”, contou a empreendedora. E nesse sentido, a ideia do negócio é conscientizar as crianças que somos diferentes e a inclusão do diferente é fundamental.
As crianças têm como referência de padrão de beleza princesas e heróis e por isso, “crescem com o desejo inconsciente de ser como suas bonecas”. Assim, ela continua: “Brincar com um boneco que tem as mesmas características físicas que ela faz com que seus sonhos se tornem possíveis”.
Representatividade importa e muito. Mas não é só nisso que Karen se atenta. 50% do material utilizado na fabricação dos bonecos são derivados de “resíduo têxtil”, ou seja, recortes e sobras de tecidos da indústria que seriam descartados e virariam pilhas de lixo.
“É brincando que se aprende e com os bonecos representativos buscamos ensinar que o padrão de beleza tem todos os tons de pele e todos os tipos de cabelo”, disse a paulista. E nessa experiência lúdica, ela espera que as futuras gerações possam crescer com uma mentalidade diferente.
Para participar do projeto Nascer de Novo, mande uma mensagem pelo direct do nosso Instagram (@paisefilhosoficial) e conte sua experiência com o empreendedorismo.
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