
Lindsey Shaw, mãe de Emily, tinha 28 anos quando deu à luz em 2014. Mas acontece que ela não teria se tornado mãe se soubesse que a filha tinha uma síndrome rara. Teria abortado. Quando estava com 21 semanas fez um ultrassom para má formações, mas os médicos erraram o diagnóstico.
O caso, que aconteceu em Middlesbrough, está repercutindo porque na última segunda-feira, 22 de julho, Lindsey entrou com um processo milionário contra o sistema público de saúde da Inglaterra.
Os médicos do Hospital James Cook chegaram a prestar esclarecimentos à Suprema Corte de Londres e disseram que, realmente, naquele ultrassom, não havia nenhuma alteração. Mas uma série de testes confirmaram que Emily tem Síndrome de Aicardi.
A indenização
Lindsey se justifica dizendo que não abortaria a menina por não amá-la, mas para que ela não precisasse passar pelo que passa. “Eu teria interrompido minha gravidez, mas não porque ela tem uma deficiência, não porque eu não a amo, mas porque eu sabia que ela iria sofrer diariamente e não teria qualidade de vida”, disse em nota ao Gazette.
A mãe afirma que, precisa do dinheiro da indenização do governo para arcar com os altos custos que ela tem para cuidar da filha. E de fato, o tratamento não é fácil. Aos quatro anos de idade, Emily não fala, não anda e é parcialmente cega.

Wayne Walker, advogado de Lindsey, também se manifestou sobre o caso. “O paciente deve ter a oportunidade de ser informado de que certas estruturas… não foram visualizadas, permitindo que as mães tomem decisões sobre a gestação quando todas as informações são apresentadas à elas”.
Os cuidados
A Síndrome de Aicardi é uma condição genética extremamente rara. Mas ela faz com que os dois lados do cérebro não se comuniquem da forma correta. Cerca de 4 mil pessoas em todo o mundo são afetadas por ela.
Por conta disso, Lindsey desabafa sobre os problemas que tem com a filha mais nova. “Ela não pode andar e não consegue se sentar, não tem força corporal. Nós tentamos mantê-la o mais saudável possível, mas ela tem muitas infecções pulmonares, algumas que levaram a vida de algumas crianças“, conta.
“Parece que só saímos para consultas médicas. Isso parece negativo para algumas pessoas, mas é assim que é. Trazer Emily para dentro e depois para fora o tempo todo, faz com que la tenha convulsões, então nos impede de sair”, termina a entrevista.
A Pais&Filhos apenas torce para que a menina possa ter o melhor tratamento possível, que ela não sofra com dores e procedimentos desnecessários e principalmente, sinta-se muito amada. Muita força para toda a família.
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