Depois de dois anos inteiros internada em um hospital, Addy Smith finalmente pôde voltar para casa. No dia 5 de abril, a menina de dois anos retornou ao lar da família, na Califórnia, e deixou para trás 848 dias de tratamento em dois hospitais diferentes em San Diego.
Addy nasceu em 10 de dezembro de 2019 com apenas 27 semanas e quatro dias no Hospital Sharp Mary Birch para Mulheres e Recém-nascidos em San Diego. Foi lá que ela iniciou seu primeiro tratamento, já que era muito pequena para a sua idade e foi diagnosticada com restrição de crescimento intrauterino.
Os pais de Addy tentaram engravidar por sete anos e chegaram a ouvir que não poderiam ter filhos. Depois de muitos procedimentos que não deram certo, eles finalmente conseguiram engravidar um mês antes de iniciar uma fertilização in vitro.
Durante a internação, o quadro de Addy estava melhorando, ainda que precisasse de um ventilador para auxiliar seus pulmões subdesenvolvidos. Mas, três meses após seu nascimento, ela parou de respirar. “Os médicos não achavam que ela iria sobreviver e estávamos nos preparando para nos despedir”, contou Aliesha Smith, mãe de Addy, ao Good Morning America.
Após ser ressuscitada pelos médicos, Addy foi internada na unidade de terapia intensiva neonatal em março de 2020 – ao mesmo tempo em que a pandemia da covid-19 era declarada. Com isso, Aliesha e Chris, seu marido, se mudaram para um motorhome de um amigo deles para que pudessem ficar com a filha mais tempo.
Addy ficou na UTI neonatal por mais de um ano enquanto tratavam uma doença pulmonar crônica e a dificuldade de respirar sem a ajuda de aparelhos. “Tivemos que dar a ela uma medicação paralisante após uma sedação pesada. Foi complicado porque às vezes os episódios de falta de ar se resolviam [após] talvez 30 minutos ou uma hora. Mas às vezes ela tinha períodos desses episódios talvez 10 vezes por dia e ela continuava a ter por sete a 10 dias. E isso foi difícil desmamá-la de sedativos pesados e medicamentos de relaxamento muscular. E é por isso que ela ficou presa no hospital”.
“Eu estava sentada com Chris na sala e disse: ‘Olha, do jeito que as coisas estão indo, Chris, não sei quando ela voltará para casa. Acho que isso pode levar anos. Pode levar décadas, até’. Não estamos dizendo que vamos desistir, mas estou apenas dizendo que você deve estar preparado para isso. E ele disse: ‘Bem, ela está dando conta. Continue fazendo isso.’ Então nós fizemos isso”.
Após muito tempo de tratamento e fisioterapia para conseguir desenvolver melhor os pulmões, Addy não teve nenhum quadro de broncoconstrição ou espasmos musculares nos pulmões. Ao longo da internação da filha, o casal engravidou novamente, dessa vez de um menino. Agora, no início de abril, ela foi liberada para ir para casa – e ainda que ela precise do auxilio de um respirador manual, os pais consideram o caso dela um milagre e estão cheios de esperança.