A OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgou recentemente um dado muito preocupante. De acordo com o órgão, 93% das crianças abaixo de 15 anos estão expostas à poluição do ar, em níveis que colocam em risco a saúde e desenvolvimento delas. O estudo, que foi liderado por pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, apontou que a poluição no ar pode gerar alterações no genes e, por isso, levar a doenças cardíacas na fase adulta, entre outras enfermidades.

A pesquisa é a primeira a investigar os efeitos da poluição atmosférica em nível celular nas crianças e, além disso, estudar as consequências para os sistemas imunológico e cardiovascular. “Compreender os impactos multifacetados [da poluição do ar] pode fornecer sinais antecipados para intervenções clínicas, antes mesmo da manifestação de uma doença”, explicaram os pesquisadores do estudo, que foi publicado na revista Nature Scientific Reports, como apontado pela UOL.
211 crianças entre 6 e 8 anos participaram da pesquisa todas habitantes da cidade de Fresno, na Califórnia, que possui um dos maiores índices de poluição dos Estados Unidos. Os pais dessas crianças responderam um questionário com informações demográficas e de saúde dos filhos. Além disso, os pesquisadores também realizaram testes para medir a pressão arterial e coletaram amostras de sangue.
Com isso, eles descobriram que uma partícula fina de poluição conhecida como PM2.5, e também ao monóxido de carbono e ozônio, estão associadas a alterações nos genes que regulam a resposta imunológica no organismo. No estudo, eles apontaram, ainda, que essa mudança pode ser passada para gerações futuras.
A poluição do ar também foi associada ao maior número de monócitos, células que fazem parte do sistema imune, mas que também podem aderir às paredes das artérias e acumular, assim, colesterol e outras gorduras, formando placas de oxigênio. Isso leva às crianças a uma predisposição para problemas cardíacos quando adultas. Para os pesquisadores, o estudo pode falar muito sobre a saúde das crianças e futuras gerações americanas, apesar de não abranger um número muito grande e diverso de crianças nos testes.