Na hora em que o médico prescreve um exame de sangue, algumas dúvidas sobre o jejum e os procedimentos básicos para realizar o exame de maneira eficiente. Dá “preguiça” pensar no longo jejum – que chega a 12 horas em alguns casos. Mas, não precisa ser tão complicado: muita gente não sabe, mas o teste mais solicitado pelos médicos, o hemograma, por exemplo, não requer nem um minuto de abstinência.
A médica endocrinologista do Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica, Dra. Rosita Fontes, mãe de Caio, destaca: “É importante lembrar que o jejum não é necessário para muitos exames. Alguns podem até necessitar de uma dieta especial, mas o que vai determinar essa prática será o método de realização, por isso é muito importante se informar antes de efetuar os procedimentos”.
1 – Quando é necessário fazer jejum?
Geralmente o jejum é indicado para os exames que podem gerar resultados diferentes se relacionados com a alimentação, como glicose e triglicerídeos. A necessidade ou não de jejum também vai depender de como o exame foi solicitado pelo médico.
Alguns exemplos:
Triglicerídeos – de 12 a 14 horas de jejum. No entanto, se o médico solicitar triglicerídeos pós-prandiais, o exame é feito após uma alimentação;
Glicose, insulina, peptídeo C – de 8 a 12 horas. No entanto, se for solicitada glicose pós-prandial, esta também é coletada após uma alimentação;
Colesterol – não há interferência da alimentação, como o café da manhã.
2 – Criança
Outra regra importante, mas pouco conhecida, é que para crianças de até 6 anos dispensam-se longos períodos de jejum e a coleta é realizada o mais próximo possível da alimentação seguinte.
3 – Colha seu sangue alimentado!
Exames mais comuns que não necessitam de jejum: hemograma; tipagem sanguínea; beta HCG (teste de gravidez); plaquetas; PSA (antígeno prostático específico); hepatite (todos os tipos); T3, T4 e TSH (exames para avaliação da função da tireoide); sorologias para rubéola e toxoplasmose; ureia; creatinina; magnésio; cálcio; potássio; sódio; progesterona; bilirrubina e anti-HIV, entre outros.
4 – Pela manhã
A maioria dos exames não precisa ser realizada somente no período da manhã, por dispensarem o jejum completamente ou por necessitarem somente de poucas horas de jejum, que podem representar o intervalo entre as grandes refeições. Alguns outros, embora dispensem o jejum, precisam ser feitos em horários específicos. É o caso da dosagem de ferro e dos hormônios ACTH, cortisol e CTx. Isso porque há substâncias que sofrem variação ao longo do dia e atingem seu nível máximo pela manhã. A recomendação para esse tipo de exame é específica para cada um deles.
5 – Jejum e alterações fisiológicas
Aos poucos, as reservas de glicose, rapidamente disponíveis no organismo, vão se esgotando, e outras fontes de energia, como proteínas e gorduras, passam a ser utilizadas para que o organismo se mantenha vivo. Quanto mais longo for o jejum, mais gordura e proteínas são consumidas. Por isso, para alguns exames relacionados ao metabolismo de elementos como glicose e gorduras, há definições de tempo de jejum, pois o valor de referência do exame foi padronizado com esse tempo.
6 – Bebidas alcoólicas e tabaco
Um cuidado extra deve ser tomado com a ingestão de bebidas alcoólicas e tabaco. Alguns testes exigem abstinência por períodos específicos dessas substâncias. Por exemplo, o ideal para a dosagem dos triglicerídeos e da glicose é a abstinência de álcool por três dias.
7- Quando essas regras não se aplicam?
Sempre que o médico orientar um procedimento diferente do padronizado. Em casos especiais, é importante para o diagnóstico ou o acompanhamento do paciente que algum exame seja realizado fora desses padrões e, conforme a sinalização na requisição médica, cabe ao laboratório atender a essa exigência.