As redes sociais e a internet são verdadeiras facilitadoras da vida moderna, mas é preciso cuidado para saber equilibrar. E esse é um desafio a ser vencido em conjunto. Nossa colunista Ivanice Cardoso, mãe de Helena e Beatriz, falou um pouco sobre o tema. Veja:
Eu gosto muito de livros. Quando pequena, eles eram meus companheiros em viagens por terras distantes em aventuras deliciosas.
Ultimamente minhas leituras são mais técnicas, ligadas ao meu trabalho. Mas, como um “mimo divino”, fui presenteada com um livro que adorei e que é um excelente apoio para conversar com crianças sobre as relações com tecnologias digitais.
“Uma Ilha a mil milhas daqui”, escrito pelo Jonas Ribeiro (Editora do Brasil), conta a história de um garotinho que se aventurou por uma viagem vivida por meio da internet. Num dado momento, o passeio se tornou estranho porque o afastou de coisas e pessoas importantes pra ele. Sozinho, ele não conseguiu perceber a distância e quase se deu mal.
Essa história é para crianças, mas se aplica a nós adultos também. Na nossa vida superatarefada buscamos soluções que nos ajudem a dar conta de tudo e as tecnologias digitais são ferramentas excelentes para facilitar a vida.
Porém, o que era solução, passa a ser um problema se não estabelecemos alguns limites. Eu confesso: às vezes as redes sociais são tão sedutoras que fica difícil parar de mover a tela pra cima. Quando consigo parar, percebo que “fiquei longe”, gastei um tempão. Tempo que eu poderia ter aproveitado melhor “viajando e construindo histórias com as minhas filhas”, por exemplo.
Não se trata de não usar tecnologias digitais ou redes sociais. Elas podem ter uma função muito positiva. Mas se não consigo controlar por onde e por quanto tempo navego, o que era solução se torna mais um outro grande problema.
As crianças também se distanciam e desconectam da realidade à sua volta por meio do uso de smartphones, tablets ou da velha televisão. O perigo acontece quando elas não são orientadas sobre tempo de uso, por quais ruas digitais podem trafegar ou a reconhecer os riscos que surgem nessa experiência. Sem orientação, as crianças se perderão nessa viagem.
No Direito chamamos esta falta de orientação e supervisão de “abandono digital”. Porque, afinal de contas, as crianças estão aos seus próprios cuidados, apesar de aparentemente a salvo. Elas estão trafegando sozinhas e desacompanhadas, só que online.
Cada família pode construir seus próprios combinados para uma vida online segura e produtiva. Aqui em casa combinamos tempo de uso e conteúdo, priorizando o que é próprio para a idade delas e com os quais elas possam aprender algo legal.
Não é fácil, mas é necessário! Precisamos insistir nos cuidados para que as crianças conquistem autonomia e construam seus próprios limites e referências. Elas merecem navegar com coragem e segurança por aí!
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