A internet pode ser um universo mágico de descobertas, mas, para quem é pai ou mãe, ela também é um território que exige atenção redobrada. Nos últimos meses, vídeos aparentemente inofensivos do TikTok vêm provocando acidentes sérios com crianças, incluindo queimaduras graves e até mortes. Sim, você leu certo.
A tragédia mais recente aconteceu no Distrito Federal. Sarah Raissa, de apenas 8 anos, morreu após inalar desodorante em spray — supostamente inspirada por uma “trend” da rede social. O caso chocou o país e acendeu um alerta importante sobre os conteúdos que nossos filhos consomem online.
Quando o “só uma brincadeirinha” vira um problema real
As chamadas trends ou desafios do TikTok são vídeos que incentivam ações perigosas em troca de curtidas, visualizações e problemas. Já teve de tudo: mastigar sabão, prender a respiração até desmaiar, tomar remédio sem água e até cheirar aerossol. Parece surreal, mas acontece de verdade e com consequências sérias.
E não para por aí. Alguns vídeos sequer têm cara de desafio, mas também oferecem riscos. Um exemplo são os tutoriais culinários voltados ao público infantil. Parece fofo ensinar uma receita fácil para a criançada fazer sozinha, certo? Só que, sem a supervisão de um adulto, isso pode terminar mal.

Queimaduras graves causadas por bolinhas e doces virais
Vamos a um caso que aconteceu nos Estados Unidos: Scarllet, uma menina de 7 anos, entrou em coma após o brinquedo dela — uma bolinha antistresse — explodir. O TikTok ensinava a congelar o objeto e depois esquentá-lo no micro-ondas. O resultado? Uma gosma quente atingiu o rosto e o peito da criança.
Em outro episódio, a receita viral do “Tanghulu”, um doce asiático colorido, levou várias crianças ao hospital. O preparo envolve aquecer açúcar a temperaturas altíssimas no micro-ondas. Só que ninguém explica direito que calda de açúcar fervente, além de atingir mais de 150ºC, gruda na pele. Em segundos, pode causar queimaduras de segundo ou terceiro grau.
A presença dos pais é essencial e não é exagero, é prevenção
Deixar uma criança livre nas redes sociais é como deixá-la andando sozinha pela cidade: pode parecer seguro, mas não é. A supervisão constante de um adulto é indispensável, especialmente quando conteúdos “fofinhos” escondem riscos sérios.
E não se trata de proibir tudo. A ideia é acompanhar de perto. Quer cozinhar com seu filho? Ótimo! Mas esteja junto na hora de usar o fogão ou o micro-ondas. Incentivar a autonomia é importante, mas ela deve vir acompanhada de orientação e presença.
E se acontecer um acidente? Veja como agir rápido
Acidentes acontecem, e saber o que fazer na hora pode fazer toda a diferença
- Queimou? Coloque a área afetada imediatamente sob água fria corrente.
- Se a queimadura for grande, use uma toalha bem molhada enquanto busca atendimento médico.
- Nunca tente puxar roupa ou objetos colados à pele queimada.
- Queimaduras com bolhas (2º grau) ou com partes da pele esbranquiçadas (3º grau) exigem avaliação médica urgente.
- Enxertos e cirurgias podem ser necessários em casos mais graves, especialmente se a área afetada for extensa.
O perigo pode estar num clique e a solução, na conversa
No fim das contas, o melhor remédio para evitar esse tipo de situação é a boa e velha conversa. Explique ao seu filho os perigos por trás dessas “modinhas”, mostre que nem tudo o que aparece na internet é seguro e, principalmente, esteja por perto. Redes sociais não vêm com manual de segurança, mas o carinho e a presença dos pais fazem toda a diferença.