Publicado em 17/05/2018, às 15h56 - Atualizado às 16h05 por Redação Pais&Filhos
A gente aprende a amar na infância. É isso mesmo! É no relacionamento com os pais que as crianças começam a ter percepção de amor, de relacionamento e de autoestima. Quem já fez terapia, sabe do que estamos falando! Uma pesquisa da Universidade de Penn State, nos Estados Unidos reforça isso: estudiosos concluíram que os pais podem ajudar as crianças a terem relacionamentos amorosos mais saudáveis e menos violentos no futuro.
Segundo a pesquisa, um clima familiar positivo e uma educação efetiva na adolescência estavam associados a melhores habilidades de resolução de problemas em relacionamentos românticos de jovens adultos. Além disso, as crianças que tiveram um envolvimento mais positivo com seus pais durante a adolescência relataram sentir mais amor e conexão com seus parceiros quando jovens adultos.
Para chegar a tal conclusão, o estudo, publicado recentemente no Journal of Youth and Adolesccence, ouviu 974 adolescentes, em três momentos, entre o sexto e o nono ano, quando os participantes responderam a várias perguntas sobre suas famílias e sobre si mesmos. Eles relataram seu clima familiar, as estratégias disciplinares de seus pais (quão consistentes e rígidos eles eram), como eles eram assertivos e se tinham interações positivas com a família.
Ao atingirem a idade adulta, por volta dos 19,5 anos, os participantes foram convocados novamente. Desta vez, eles responderam a perguntas sobre seus relacionamentos amorosos, seus sentimentos em relação aos parceiros e se eram capazes de resolver construtivamente problemas em seus relacionamentos.
Violência
Os pesquisadores também descobriram que um clima familiar mais coeso e organizado e uma paternidade mais eficiente durante a adolescência estavam associados a um menor risco de violência nos relacionamentos de adultos jovens.
“Durante a adolescência, você está começando a descobrir o que quer em um relacionamento e a formar as habilidades necessárias para relacionamentos de sucesso.
O relacionamento familiar é o primeiro relacionamento íntimo de sua vida, e você aplica o que aprende nos relacionamentos posteriores. É onde você aprende a se comunicar construtivamente, ou, talvez, o inverso, quando você tem um conflito. Essas são habilidades que se aprende com a família e se aplicará em relacionamentos posteriores”, disse uma das autoras do estudo, Mengya Xia, ao Science Daily.
Espelho
Para a psicóloga e coaching Cristiane Pertussi, mãe de Renata e Pedro, a pesquisa corrobora o que já se sabe sobre o impacto que o relacionamento familiar tem sobre os filhos até a vida adulta.
“As primeiras experiências são as experiências com pai e mãe e se você tem um modelo abusivo na infância, que envolve medo, frustração, tende a repetir este comportamento no futuro. Por isso, os pais precisam ter discernimento, não agir de forma impulsiva e agressiva. Ao corrigirem a criança é preciso usar estratégias claras, dizer que não gostou do comportamento, mas não deixar dúvidas de que continua amando a criança”, diz.
Além disso, lembra ela, a forma como os pais comportam-se um com o outro também influencia como os filhos serão em seus relacionamentos no futuro. “O modelo de relacionamento dos pais costuma ser aprendido pelos filhos. Tudo o que é visto, tende a ser repetido, vai servir de modelo”, finaliza.
* Por Gladys Magalhães
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