Pra gente começar a coluna desse mês, preciso ser direto: “Pai NÃO é rede de apoio. Pai é pai e ponto final”. Desde que a Lua nasceu eu comecei a dividir minha rotina como pai com as pessoas e isso gerava uma resposta do público que me surpreendeu de primeira, porque eu estava fazendo o mínimo e sendo aplaudido.
Comecei a perceber esse movimento na internet através de um vídeo que viralizou de um pai ensinando seu filho a andar de bicicleta e isso me trouxe a pergunta: “Por que tantos homens são aplaudidos apenas por fazerem o mínimo?”.
A verdade é que não estamos tão acostumados a ver homens falando e/ou compartilhando sua paternidade. Muitas mulheres falam sobre sua maternidade e poucos homens falam sobre a sua paternidade, criando uma sensação de que o cuidado nesse momento é único e exclusivo da mãe, criando um tabu muito grande, mesmo dentro de casa.
Falo isso porque a própria Viih (minha mulher) estranhou meu modo de agir já que ela tinha outra referência do que “é ser pai”, pra ela ser companheiro e ativo nas tarefas com a Lua era “estranho” e admirável a ponto de me agradecer por fazer o mínimo: ninar minha filha, dar banho, trocar a fralda, entre outras coisas básicas… E todas as vezes que ela me agradecia, aquele “obrigado” me batia de forma estranha, eu só pensava “mas eu só estou sendo Pai”.
A verdade é que a maioria das pessoas acha que cuidar do bebê é responsabilidade exclusiva da mãe e que tudo que o pai fizer, é um “bônus”. Não é comum ver pais exercendo seus papéis e dividindo a responsabilidade nessa fase da criança. É 50/50, gente! Por exemplo, quando o bebê nasce, o homem não amamenta, mas ele pode e deve fazer todas as outras coisas, principalmente ser parceiro da mulher que está no puerpério e nessa fase ela precisa de alguém que cuide dela também, pois todos os olhos estão voltados para o bebê, é como se ela não existisse mais.
Temos que deixar de ver a figura paterna somente como provedor, isso é uma ideologia patriarcal imposta por uma sociedade machista que é ultrapassada. Eu acredito que já evoluímos bastante nesse aspecto, aos poucos os homens estão entendendo seus lugares e fico feliz de estar escrevendo esse texto e participando ativamente dessa evolução exercendo a minha influência e incentivando mais homens a serem pais que dividem igualmente as responsabilidades do filho com a mulher.
Inclusive, eu acho que o desafio de criar/educar um menino é muito maior do que criar/educar uma menina, já que vivemos em uma sociedade estruturalmente machista, mas esse papo eu vou deixar para mês que vem, afinal, por que os homens não sabem cuidar?