Prestes a iniciar-se mais um ano letivo, o ideal é que as escolas comecem a se preparar para combater o bullying desde já e, para especialistas, a conscientização é o primeiro passo para escola lidar com o problema. “Essa conscientização passa por todas as pessoas: do suporte à direção. É importante que todos se sintam responsáveis e identifiquem uma situação de agressão, seja de que natureza for. Onde há bullying, há um problema de grupo, que envolve a todos, escola e família”, disse a psicanalista Haydée Cortes Pina, membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro.
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Para isso, a psicopedagoga e psicóloga clínica e escolar Deborah Garcia acredita que as escolas têm que primeiro refletir e fazer um levantamento dos seus problemas, depois eleger uma equipe ou uma comissão para lidar, refletir e buscar soluções. “Infelizmente o combate ao bullying leva tempo e necessita de muitas ações e pessoas dispostas a arregaçar as mangas para trabalhar. Pena que hoje vivemos uma sociedade muito imediatista e pouco disposta a trabalhar em equipe”, completou.
Um programa chamado Escola da Inteligência, desenvolvido pelo psiquiatra e escritor brasileiro Augusto Cury, é uma metodologia de ensino que tem sido usado como caminho para que esse trabalho em equipe entre em cena. O método, que já foi adotado em 2.800 escolas da rede pública e privada, visa educar emocionalmente as crianças através de exercícios, incentivando o companheirismo e o altruísmo.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Conceito Escolas Inteligentes nas escolas João Puga Dias e Prefeito Sarkis Tellian, em Mairiporã, Região Metropolitana de São Paulo, que adotaram o Programa Escola da Inteligência, mostra os resultados do método de Augusto Cury. Para 53% dos professores dos dois colégios, o nível de violência entre os alunos diminuiu. Para os alunos, houve melhora de 80% na autoestima deles, 71% disseram ter melhorado o relacionamento com os colegas e 54% afirmaram estar mais tolerantes a opiniões contrárias.
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A psicóloga Camila Cury, filha do idealizador do projeto, explica que não é instintivo se colocar no lugar do outro. Por isso, o método abrange a educação emocional para que os alunos sejam mais parceiros uns dos outros. O programa trabalha as emoções, uma vez por semana, de alunos, professores e pais.
Incentivando uma relação mais fraternal, Camila acredita que o bullying fará menos vítimas também porque as crianças terão maturidade emocional para se proteger. “Um cérebro mais altruísta é mais protegido dos fatores externos, das críticas”, afirmou.