Publicado em 02/03/2016, às 14h32 - Atualizado em 17/03/2016, às 15h51 por Adriana Cury, Diretora Geral | Mãe de Alice
Seja por desejo ou necessidade, muitas mulheres que voltam ao trabalho quando acaba a licença-maternidade não se sentem confortáveis ao se distanciar do filho. “A incerteza sobre a pessoa que vai cuidar do filho ou na escola escolhida pode criar esse sentimento de culpa”, aponta o psicólogo e diretor do Casme (Centro de Atenção à Saúde Mental – Equilíbrio), Yuri Busin, filho de Walnei e Thales.
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Isso aconteceu com Priscila Narvaes, mãe de Manuela, 1 ano. Ela sofreu ao retornar a vida profissional depois de cinco meses e meio afastada (quatro meses de licença maternidade, 15 dias de licença amamentação e um mês de férias).
“Deixar minha filha tão pequena e tão frágil sob cuidado de outra pessoa parecia algo irresponsável da minha parte. Nos primeiros dias no trabalho, senti muita angústia.” Por causa desse sentimento, algumas mulheres cogitam até se demitir de empresas onde gostam de trabalhar.
“Confesso que pensei em parar de trabalhar, mas hoje tenho a certeza que fiz a escolha certa. Foi importante para mim e para minha filha. Quando estou com ela, me dedico por inteira”, relata Priscila.
Ela lembra também que hoje consegue analisar o quão bom foi voltar ao trabalho e mostra que é possível lidar com o sentimento de culpa.”Sair de casa, me arrumar, voltar a falar sobre outros assuntos e me sentir produtiva foi fundamental para mim.”
A primeira coisa que deve se pensar é no que o emprego e a profissão representam para a mulher. Yuri diz que a mulher não deve achar que após o nascimento do filho ela não pode mais ter um emprego. Além disso, também é interessante para família ter uma mãe satisfeita, seja em casa ou no trabalho.
Pela lei, a licença-maternidade é 120 dias e garante uma remuneração mensal, feito pelo INSS, que também calcula o valor que a gestante irá receber.
Mães que decidem parar de trabalhar também sentem culpa
Também é importante lembrar que estar no ambiente escolar é benéfico para os pequenos. “O jardim de infância é o responsável por apresentar como vai ser a escola para as crianças”, afirma o psicólogo. Por isso, é interessante se planejar e escolher um colégio de confiança.
5 desafios da amamentação na volta ao trabalho
Trabalho e família: quem não vive este conflito?
Se o que está gerando o sentimento de culpa é a amamentação, também há uma saída. A legislação trabalhista garante dois intervalos especiais de meia hora exclusivos para a mãe amamentar até os seis meses do bebê (tempo recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria), caso volte a trabalhar antes disso.
Também é possível retirar o leite com bombinha extratora e armazená-lo na geladeira por até 24 horas ou aproveitar momentos livres para fazer um visitinha ao filho e dar de mamar, como fez Priscila, já que morava próximo do trabalho. “Durante cinco meses fui amamentar na hora do almoço para matar um pouco da saudade”, conta.
O tema “Culpa não!” será abordado por Betty Monteiro no nosso Seminário Internacional “Mãe também é gente”, que ocorrerá dia 15 de maio no WTC (World Trade Center São Paulo), na zona sul de São Paulo. Inscreva-se aqui.
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