Depois de tantos meses presos em casa, sem consumir, nos damos conta que todas aquelas coisas ‘imprescindíveis’, que a gente não vivia sem, ou que estávamos mega ansiosos para comprar, deixaram de ser assim tão fundamentais. Aliás, exatamente o oposto, algumas viraram dispensáveis.
Ninguém mais precisava urgentemente de um vestido novo, do mais recente modelo de tênis ou mesmo do último lançamento em aparelho de som. Seu filho ficou bem sem o jogo igual ao do amigo, sua filha sem a fantasia da Elsa, ou qualquer que seja. Nossas roupas, foram suficientes. O carrinho de bebê herdado da vizinha deu conta. O celular meio antigo e que afinal foi muito usado bateu um bolão.
Aquela urgência deixou de ser para coisas e passou a ser para pessoas, para abraços, para beijos… Esses, sim, fizeram uma baita falta. Porque na hora que a gente se aperta é isso mesmo que importa. É o que conta. Pois essa quarentena simplesmente fez ver que as nossas antigas prioridades talvez não devem ser classificadas como tais, seriam um “gosto”, que com esse isolamento, deixou de ser tão doce… Não era importante.
Temos que reavaliá-las. A verdade é que essas coisas não eram prioridade no período do isolamento, tanto quanto não o são fora dele. E acho que esse é o exercício que devemos fazer todos os dias e ensinar para os nossos filhos. Simplesmente se perguntar: será que eu preciso mesmo disso? Eu o compraria na época do isolamento? Aí é escutar a resposta com sinceridade.
Você vai precisar de roupas novas para quando seus filhos crescerem, sim. Mas apenas o suficiente. O celular vai quebrar depois de muito uso, mas com cuidado pode durar mais. E outras coisas podem ser consertadas no lugar de trocadas. O consumo ainda vai existir, mas o que sugiro é que seja mais consciente. Que vocês e seus filhos lembrem que as prioridades são sempre as pessoas, os beijos e os abraços.