Morar a bordo é assim, já percebemos que podemos até planejar mil coisas mas elas podem mudar a todo momento. Mesmo que tenhamos muitos planos de viagens, precisamos controlar a nossa ansiedade, ter calma e realmente viver um dia de cada vez.
Estávamos planejando sair de Curaçao esta semana e conhecer a ilha de Bonaire tão falada pelos mergulhadores pela água claríssima e grande variedade de vida marinha. Mas vamos ter que adiar nossos planos por algumas semanas.
Depois que o Rodrigo fez um mergulho junto com os meninos para limpar o fundo do barco (o trabalho aqui é sempre em equipe) percebeu que o fundo já não está muito bom.
A água salgada em contato com o barco acaba com a tinta e o fundo fica cheio de cracas (tipo mariscos) e quanto mais elas cresçam mais forte elas ficam aderidas no casco e mais lento e feio o barco fica.
Para prevenir esse problema é preciso pintar o casco do barco a cada um ou dois anos com uma tinta venosa.
No nosso caso a pintura do fundo até que poderia esperar mais um ou dois meses, mas o que mais nos incomodou foi uma pequena folga que encontramos no nosso leme – essa, sim, podendo se tornar um problema muito maior. Já imaginou perder o leme em alto mar?
A conclusão é que vamos tirar a nossa casa da água para uma semana de trabalho e adiar um pouco a nossa primeira pequena e tão esperada travessia.
Já entramos em contato com uma outra Marina daqui de Curaçao, e iremos até lá para uma semana intensa de pintura e revisões.
Morar a bordo, além do trabalho, tem suas surpresas (boas e ruins) e desafios. Mas a males que vem para o bem. Antecipar a subida do barco significa também antecipar e prevenir problemas futuros.
Com o barco no seco nossa vida deve dar uma boa bagunçada, pois não poderemos usar o banheiro, tomar banho, lavar louça.. Que tal ?! Mas a nossa maior preocupação é mesmo com as crianças. Como vai ser para elss uma semana sem o mar azul presas em um estaleiro quente?
Hoje eles estão curtindo muito a praia, passam horas mergulhando procurando peixes, passam horas fazendo buraco na areia e brincando de mil coisas. Aliás, eles não precisam de muita coisa pra se divertir: apenas a água, areia, umas pedrinhas, uns galhos e a imaginação vai longe.
Dá prazer ficar olhando os nossos filhos tão livres e felizes. A cada semana eles estão mais à vontade no barco e na nova vida. Enfim, vamos ver como será mais este etapa. Em breve mandarei notícias do “seco”, literalmente.
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