O nascimento de um bebê é sinônimo de alegria plena. Certo? Nem sempre… Apesar de muito não ser dito sobre, a depressão pós-parto é um fato! Ela pode ser uma decorrência da queda brusca de hormônios que acontece após o parto, fatores emocionais ou estilo de vida. Conversamos com Adriana Fregonese, filha de Inês e José, psicóloga e professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, e elencamos o que você precisa saber sobre o assunto.
É mais comum do que a gente pensa
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 40% das mulheres no Brasil desenvolvem depressão pós-parto. E 10% delas sofrem com o nível mais severo. O número é alto, o termo assusta e parece que a gente falhou como mãe. Nada disso! A gravidez traz alterações corporais, hormonais e emocionais, o parto idem. E, além disso, uma nova pessoa acaba de chegar na nossa vida. Então, ficar um pouco estranha no período de adaptação é normal. O importante é não generalizar e achar que não tem solução.
Nem sempre a tristeza é o principal sintoma
É comum achar que todo mundo que tem depressão pós-parto apresenta um quadro melancólico em tempo integral. Não se engane. Em muitos casos, ela pode ser caracterizada por uma euforia excessiva ou uma necessidade de fazer tudo perfeito.
A depressão pós-parto não é um quadro permanente
O fato de estar com depressão pós-parto não significa que você vá ficar assim para sempre. A mãe não se torna a doença. Parece básico, mas é um conceito que precisa ser entendido e praticado ainda por muitas pessoas. Assim fica mais fácil de lidar com a situação.
Ela pode começar bem antes do parto
A depressão pós-parto costuma ser diagnosticada depois que o bebê nasce. Mas nem sempre ela começou nesse período, e pode ter se iniciado durante a gestação ou até mesmo antes da gravidez. Por isso é importante ser sincera com seus sentimentos e pedir ajuda quando sentir que algo não está legal.
Expectativa demais pode ser uma das causas
Anote: um filho não torna a vida de um casal livre de problemas ou faz com que as pessoas sejam felizes para sempre. A vida não é assim. E muitas mulheres sofrem uma quebra muito grande de expectativas em relação ao bebê e ao estilo de vida que se estabelece com a maternidade. Quando isso acontece é comum que se desenvolva sentimentos de fracasso em relação à nova vida.
Nem sempre tem relação direta com a maternidade
Um quadro de depressão depende de muitos fatores. Um deles é o momento da vida no qual a mulher se encontra, sua relação com o parceiro, o nível de vontade de ser mãe, a forma como enxerga o mundo, a forma como enxerga a si mesma. Portanto, é importante não achar que toda a situação gira em torno da gestação.
O bebê também é tratado
A ligação entre mãe e filho é muito forte, principalmente com o recém-nascido. Se a mãe apresenta um quadro de depressão o bebê também precisa participar do tratamento. Aí, vai de cada caso e só o especialista poderá indicar a dinâmica correta para cada um. Mas pode acontecer de a mulher precisar conversar com o filho e explicar o que está acontecendo com ela naquele momento.
Sem culpa!
Aqui na Pais&Filhos a gente vive falando sobre culpa. E sabemos bem que a culpa de uma mãe que teve ou tem depressão pós-parto é grande. Não deixe isso te consumir. Isso tem nada a ver com amar ou não do seu filho e, acredite, cuidar de você é a melhor forma de eliminar a dor, a doença e a culpa.