No Brasil, aproximadamente 2,5 milhões de carros de diferentes fabricantes foram identificados como tendo airbags com defeitos ainda a serem corrigidos. Entre as 17 montadoras, estão Honda, Toyota, Nissan, BMW, Ford, Chrysler, Mitsubishi e Subaru. Esses veículos estão equipados com airbags, fabricados entre os anos de 2001 e 2018, produzidos pela Takata, uma empresa que já esteve no centro de um dos maiores recalls da história automobilística mundial.
Os airbags defeituosos da Takata contêm um componente químico (nitrato de amônio) que pode se degradar ao longo do tempo, especialmente em condições de alta umidade e temperaturas elevadas. Esse desgaste pode causar uma explosão do airbag com força excessiva, projetando fragmentos metálicos dentro do veículo e ferindo gravemente ou até matando os ocupantes. No Brasil, por exemplo, sete pessoas já perderam a vida por conta deste defeito. Mas esse problema não é restrito do nosso país, mas do mundo.

Devido à gravidade da situação, diversas montadoras iniciaram campanhas de recall para substituir os airbags defeituosos. Eram 4,4 milhões de carros nesta situação quando a falha foi primeiramente apontada, mas ainda há muitos veículos que não realizaram a substituição, colocando a vida dos passageiros em risco.
Assim, a adesão ao recall ainda se mostra um desafio, seja por falta de informação, descuido ou dificuldades logísticas. Para descobrir se o seu veículo faz parte do grupo afetado, acesse o site: https://portalservicos.senatran.serpro.gov.br/#/veiculos/recall, clique em veículos e depois acesse recall pendentes.
É preciso fornecer o número do chassi ou da placa para buscar as informações do seu carro. Se o seu veículo faz parte da lista de carros com airbags defeituosos, é essencial que você siga as orientações da montadora e faça a troca o quanto antes.
Vale ressaltar que justamente por todos os problemas embutidos neste airbag, a empresa japonesa Takata foi à falência em 2017, quatro anos após a descoberta dos defeitos. Em entrevista ao Fantástico, Rodolpho da Hora, perito em trânsito do Rio, deu mais detalhes do perigo diante do erro. Dados da perícia também descobriram que algumas das vítimas estavam com o veículo em uma velocidade de mais ou menos 30km/h, muito baixas para causar feridos fatais como ocorreu.
“Essa bolsa de airbag abre a cerca de 320 km/h. Então, juntando uma explosão muito forte, com uma peça fragilizada (pelo composto químico), esses fragmentos, que estão a menos de um metro do motorista, saem como se fosse um tiro a queima roupa”, afirmou o especialista ao portal.
Por que os airbags são essenciais?
Os airbags foram introduzidos como uma inovação essencial no setor automobilístico para salvar vidas em acidentes. Quando funcionam corretamente, eles são projetados para inflar em milésimos de segundo após uma colisão, protegendo os ocupantes do veículo de impactos severos contra o painel, volante ou outras partes do interior do carro. Estudos apontam que os airbags podem reduzir o risco de morte em um acidente frontal em cerca de 29%. Portanto, quando ocorre uma falha nesse dispositivo, a proteção esperada desaparece, e as consequências podem ser fatais.





