Em recente avaliação criminológica, Alexandre Nardoni, de 46 anos, reiterou sua inocência quanto ao homicídio de sua filha Isabella, ocorrido em 2008. Condenado a 30 anos de prisão, Nardoni afirmou que persistirá na busca pelo esclarecimento dos fatos “enquanto houver vida”. A menina de cinco anos foi vítima de agressão e lançada do sexto andar de um prédio na zona norte de São Paulo. Após 16 anos de reclusão, o pai jamais reconheceu a autoria do crime pelo qual foi processado e condenado juntamente da esposa, Anna Carolina Jatobá.

Durante o exame realizado por uma equipe multidisciplinar da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), o foco estava em avaliar a possibilidade de Nardoni ser transferido para o regime aberto. O relatório da SAP, que contou com a participação de assistente social, psicóloga e psiquiatra, indicou a possibilidade de progressão penal, descrevendo-o como uma pessoa lúcida, cooperativa e que tem seguido as normas penitenciárias sem incidentes.
A análise destacou que Nardoni compreende a gravidade do acontecimento, embora não demonstre arrependimento por um ato que afirma não ter cometido. Relata ainda um profundo sofrimento pela perda da filha, considerando o encarceramento como uma jornada dolorosa mas de aprendizado. Nos últimos anos, ele tem se dedicado a reunir novas evidências que possam comprovar sua inocência.
O Ministério Público de São Paulo (MPSP), no entanto, se opõe à ideia de sua liberação, classificando-o como um “criminoso atroz, cruel e desumano”. Atualmente em regime semiaberto na Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, em Tremembé, Nardoni já cumpriu o período necessário para solicitar a progressão de regime.

Alexandre mantém uma relação amorosa com Anna Carolina, também condenada pelo assassinato da menina Isabella. O casal tem dois filhos que fazem visitas esporádicas à prisão. Durante as saídas temporárias, Nardoni desfruta do convívio familiar.“Durante as saídas temporárias, desfruta dos dias em família, na companhia da esposa, filhos, irmãos e de seus pais”, diz a avaliação. “O forte vínculo familiar o sustentou e tem contribuído para o seu retorno ao convívio social”.
Caso obtenha a progressão para o regime aberto, Nardoni planeja morar com o pai, os filhos e um irmão adolescente, trabalhando na empresa familiar. A morte recente da mãe fortaleceu seu desejo de reintegração ao lar familiar. Na prisão, conseguiu reduzir sua pena trabalhando em atividades como faxina e jardinagem.