24/10/2012
Uma nova pesquisa sugere que a longevidade humana se deve aos cuidados dedicados pelas avós às famílias. Uma simulação feita em computadores aponta para a teoria que os humanos puderam se desenvolver graças à ajuda das avós aos netos.
A hipótese dos avós diz que quando elas ajudam a criar e alimentar seus netos depois que eles param de amamentar, os filhos podem produzir mais crianças em espaços de tempo menores. Para a professora de antropologia da Universidade de Utah, EUA, Kristen Hawkes, a ajuda das avós na criação foi o primeiro passo que nos tornou o que somos.
A hipótese apresentada surgiu a partir de observações feitas por Hawkes e pelo também antropólogos James O’Connell, nos anos 80, quando eles viveram com uma tribo de caçadores-coletores da Tanzânia. Lá, eles viram como as mulheres mais velhas da tribo passavam o dia coletando tubérculos e outros alimentos para os netos. Com exceção dos humanos, os outros primatas e mamíferos são responsáveis por buscar sua própria comida depois que deixam de mamar.
À medida que os ancestrais dos humanos evoluíam na África, o clima e o ambiente também mudavam, ficando mais seco, com savanas mais amplas e menos florestas, onde os filhotes recém-desmamados podiam facilmente encontrar alimentos por conta própria. Dessa forma, as mães tinham duas opções: ou seguiam o recuo das florestas, ou continuavam a alimentar suas crias depois do desmame. Mas, a última opção seria um problema para as mães, que deixariam de reproduzir por estarem ocupadas com o primeiro filho.
Para a antropóloga, o dilema abriu caminho para que as poucas fêmeas que deixavam a fase reprodutiva – avós – entrassem em ação e ajudassem a cavar tubérculos ou quebrar cascas de nozes.