A Elisa Vitória recebeu alta durante a última quarta-feira, 8 de junho, da Maternidade Wall Ferraz – localizada no bairro Dirceu, Zona Sudeste de Teresina. A bebê ficou 56 dias internada, após percorrer cerca de 600km de Baixa Grande do Ribeiro à Teresina – dentro de uma incubadora improvisada com uma bacia de plástico. Em entrevista concedida ao G1, a Flávia Lira, mãe de Elisa, contou como foi vivenciar esse momento ao lado da recém-nascida.
“Você passar 56 dias no lugar, passei muitos momentos difíceis e as meninas [enfermeiras e técnicas] estavam comigo, não somente como profissionais, mas como amigas. Tempos difíceis, que a gente aprendeu a amar”, disse Flávia.

Agora, mãe e filha esperam até o período da manhã desta quinta-feira, 9 de junho, um veículo para retornar até Baixa Grande do Ribeiro. “Estávamos dependendo dela atingir 1.600 kg. Estava faltando apenas 15 gramas para completar o peso ideal para alta, quando a Elisa teve anemia e precisou fazer transfusão de sangue, mas ela acabou atingindo 1.785 kg e a médica liberou”, explicou a mãe sobre a filha ser liberada do hospital.
Ainda em entrevista ao jornal, a mãe disse que a bebê não teve nenhuma sequela por conta da prematuridade, no entanto, ela precisa tomar um leite especial que a família não tem condições de arcar. Em diante, a Elisa fará acompanhamento médio em Teresina. “Infelizmente eu não tenho condições para bancar o leite dela, por isso eu peço ajuda. Graças a Deus ganhamos roupinhas e outros utensílios do enxoval do pessoal da maternidade”, finalizou.
Entenda o caso
A Flávia de Sousa Lira, de 23 anos, deu à luz Elisa Vitória, bebê que nasceu com apenas 1 kg aos seis meses de gestação. De acordo com reportagem do G1, a recém-nascida precisou viajar cerca de 8 horas dentro de uma incubadora improvisada com uma boleira, um tipo de bacia de plástico. A criança percorreu quase 600 km, pois, ela saiu de Baixa Grande do Ribeiro, com destino à Teresina.
Em entrevista realizada nesta terça-feira, 26 de abril, a mãe contou sobre os momentos desafiadores que passou ao lado da filha. Situações essas que inspiraram no nome da bebê, que inicialmente se chamaria apenas Elisa – mas dada a situação, ganhou o segundo nome. No relato, a Flávia contou que antes de engravidar, ela sofreu violência doméstica do pai da criança. Por conta disso, ela sofreu um aborto. Quando conseguiu engravidar novamente, soube que sua gestação era considerada de risco.

Aos seis meses de gestação de Elisa, a mãe começou a sentir fortes dores. No entanto, os médios a tranquilizaram e disseram que estava tudo normal. Mas com a sensação latente de que algo errado estava por vir, a Flávia pensou que sofreria um novo aborto. “Eu achei que a minha filha também não ia sobreviver. Perdi um filho na barriga há pouco tempo e os médicos falaram que minha gravidez agora era de risco. Até quando nasceu a Elisa, e ela teve que lutar. Não consegui olhar pra ela quando nasceu, pensei que viria morta”, disse a mãe. Leia aqui a matéria na íntegra.