
Inés Madrigal, a primeira pessoa a ser reconhecida pela Justiça da Espanha como vítima do escândalo de bebês roubados ocorrido de 1950 a 1990 no país, reencontrou a família biológica depois de 32 anos graças a um banco de DNA nos Estados Unidos, mas soube por eles que, na verdade, foi colocada para adoção de maneira voluntária.
Inés nasceu em 1969 e foi ela quem denunciou à Justiça espanhola que havia sido roubada quando nasceu e entregue para adoção a outra a família. Depois de um longo processo judicial, a mulher classificou como uma vitória o fato de ter encontrado a família biológica, já que há pouco tempo a confirmação genética havia sido concluída. Porém, ela não chegou a conhecer a mãe biológica, que morreu em 2013, aos 73 anos.
“Pela primeira vez consegui completar o quebra-cabeças da minha vida”, declarou Inés ao jornal El País. A mulher ainda contou que os quatros irmãos biológicos também estavam procurando por ela e sabia da existência depois que a viram na televisão, já que para eles, ela se parece com a mãe.
Em entrevista ao El País, a mulher não quis falar muito sobre a família, mas explicou que a mãe ficou grávida quando ainda era solteira e não pôde ficar com ela, pois naquela época era ‘obrigação’ colocar as crianças para adoção nessa situação. Após isso, a mãe se casou e teve mais quatro filhos.
Pouco após a entrevista, a Promotoria de Madri confirmou que Inés não foi rouba, mas adotada, já que a família biológica afirmou que foi entregue voluntariamente para a adoção. Depois de todo o interrogatório, a polícia chegou à conclusão de que o médico que fez o parto sabia de todos os detalhes e mesmo assim não relatou para a justiça, e por isso foi considerado o responsável pelo crime de detenção ilegal.
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