Michele Levy, de 36 anos de idade, e Camila Antunes, de 38 anos, decidiram criar em 2018 uma consultoria que já atendeu grandes empresas como Danone e Magalu. Conhecida como “Filhos no Currículo”, o projeto de integração feminina estimula mãe a adicionarem os nomes de seus filhos no currículo.
Em entrevista exclusiva para o portal de notícias Universa, da UOL, além do projeto ajudar empresas a se tornarem lugares mais acolhedores para as mulheres que precisam se desdobrar para atenderem à maternidade e à carreira, a intenção do movimento é fazer um convite para que pessoas e as corporações declarem publicamente que filhos são potências.

“As empresas têm que ver a chegada de um filho como uma potência; desse modo, os profissionais que são pais serão acolhidos”, afirmou Michele Levy em entrevista. “Nosso problema é cultural, não adianta a empresa ter uma licença estendida se os líderes dela não entendem a maternidade”
Os serviços prestados pela consultoria incluem treinamentos, desenvolvimento de lideranças e revisão de políticas internas. “Nossa intenção não é ajudar a mulher a crescer e chegar a cargos de liderança a qualquer custo, mas, sim, de uma maneira emocionalmente saudável”, continuou Levy.
A sobrecarga, o estresse causado pelo acúmulo de funções e a falta de acolhimento no ambiente profissional são alguns dos motivos que levam ao abandono da carreira pelas mães. Camila Antunes, uma das idealizadoras do “Filhos no Currículo”, contou que esta situação aconteceu com ela: “Pedi demissão grávida do meu segundo filho. Eu já estava enfrentando dificuldades na criação da primogênita e não podia conversar sobre isso no trabalho.”
O sucesso da campanha é evidente. Até o momento, o movimento #MeuFilhoNoCurrículo nas redes sociais já conta com 40 mil interações, sendo que a maioria delas acontece através do Linkedin, uma plataforma dedicada ao universo do trabalho.