A defesa de Dr. Jairinho e Monique Medeiros — presos no dia 8 de abril, pelos investigadores da morte de Henry Borel, de quatro anos anos — entrou com um pedido de habeas corpus para libertar o casal nesta última sexta-feira, 9 de abril.
De acordo com o G1, O pedido foi feito para o presidente do Tribunal de Justiça do RJ, desembargador Henrique Carlos de Andrade Figueira, pelo advogado do casal, André França Barreto. O argumento usado no documento é de que os clientes ‘se encontram submetidos a manifesto constrangimento ilegal’ e, por isso, não teria a necessidade de mantê-los presos.
A defesa afirma também ter sido ‘surpreendida’ ao pedir uma cópia do mandado de prisão. “Os serventuários (…) informaram que os autos da medida cautelar, que tramitam no meio físico, não se encontravam no cartório”, afirmou os advogados, que ainda acrescentaram que até então não tiveram acesso aos autos.
Outro ponto em que a defesa afirmou ter ‘ilegalidade’ cometida pela Justiça, foi a obtenção ilegal de provas. No cumprimento dos mandados de busca no dia 26 de março, ‘os agentes conduzem o material apreendido em mãos, sem o devido acondicionamento e lacre’.
Entenda o caso Henry
Henry Borel, segundo o G1, não resistiu na madrugada da segunda-feira, 8 de março, na Barra de Tijuca, Zona Oeste do Rio. No dia, o menino estava na casa da mãe, Monique Medeiros da Costa Almeida, e do padrasto, o vereador Jairo Souza Santos, o Dr. Jairinho (Solidariedade).
No laudo médico é relatado que a criança já deu entrada no hospital sem vida, sendo a causa uma hemorragia interna e laceração hepática causada por uma ação contundente. A criança apresentava:
- Múltiplos hematomas no abdômen e nos membros superiores;
- Infiltração hemorrágica na região frontal do crânio, na região parietal direita e occipital, ou seja, na parte da frente, lateral posterior da cabeça;
- Edemas no encéfalo;
- Grande quantidade de sangue no abdômen;
- Contusão no rim à direita;
- Trauma com contusão pulmonar;
- Laceração hepática (no fígado);
- Hemorragia retroperitoneal.
O pai, no depoimento, contou que recebeu uma ligação de Monique às 4h30 pedindo que ele fosse até o Hospital Barra D’Or, porque o filho não estava respirando. Ela contou a Leniel que fez respiração boca-a-boca em uma tentativa de reanimar a criança.
As médicas que atenderam o menino no hospital também foram ouvidas pela polícia e as três pediatras garantiram que Henry chegou sem vida ao local. A mãe, Monique Medeiros, e o padrasto, vereador Dr. Jairinho, também realizaram os depoimentos e houve divergências entre eles.