Publicado em 15/06/2021, às 11h08 - Atualizado às 11h15 por Luiza Fernandes, filha de Neila e Mauro
O Caso Madeleine McCann parece apresentar novo desfecho depois de mais de 13 anos sem solução. Isso porque, no ano passado, um novo suspeito primário do sequestro e assassinato de Madeleine surgiu na cena: Christian Brueckner. O alemão já foi acusado do sequestro de outras crianças e foi condenado por tráfico de drogas.
Nesta segunda-feira, 14 de junho, o jornal alemão Bil revelou que teve acesso a uma carta escrita por Christian e datada de 8 de maio deste ano – na qual o acusado fala pela primeira vez sobre o caso. Em depoimento escrito à mão, ele afirmou que os promotores responsáveis pelo caso deveriam abandonar os cargos, e que são uma “vergonha para o sistema jurídico alemão”.
“Incriminar uma pessoa acusada é uma coisa”, declarou no registro. “Outra coisa completamente diferente – especificamente, um inacreditável escândalo – é quando um promotor público começa uma campanha pública por preconceitos antes que o processo seja aberto”. O acusado ainda levantou uma polêmica discussão sobre liberdade de expressão aos destinatários da correspondência.
“Liberdade de expressão não é um direito básico que todos podem dizer e escrever o que querem. Liberdade de expressão não protege a maioria. Ela protege a minoria. Não protege as visões mais lógicas, mais convincentes ou populares, mas a posição que é diferente”. Além da carta, foi anexado um desenho feito por Christian em que os dois promotores estão fazendo pedidos em um restaurante, e declaram: “Eu quero um filé forense!” e “Que delícia! Eu também!” – falas referentes ao fato de que os investigadores não tinham “evidências forenses” sobre o caso.
A carta é finalizada com um apelo do acusado. “Eu apelo que os promotores públicos renunciem seus postos. Ambos estão provando ao mundo que através da minha condenação arbitrária no passado e através de sua escandalosa campanha pré -negação contra mim, uma pessoa inocente, no presente, que eles são impróprios para o cargo como advogados para o honesto e confiante povo alemão – vocês trazem vergonha ao sistema judiciário”.
Madeleine McCann tinha três anos de idade quando sumiu na noite do dia 3 de maio de 2007. A menina estava de férias com a família na Praia da Luz, em Portugal. Ela e os irmãos estavam dormindo em um quarto do hotel em que estavam hospedados enquanto os pais, Kate e Gerry McCann, iam jantar com um casal de amigos. Quando retornaram do passeio, Madeleine tinha sumido.
O caso já passa por uma investigação de mais de 10 anos – sem perspectiva de solução. Diversos suspeitos já foram levantados sobre o sumiço da menina – até os próprios pais, acusados de terem escondido o corpo da filha após um acidente fatal. Nenhuma linha de investigação foi concluída – principalmente por falta de provas. Madeleine já foi vista em mais 100 países, mais de 9 mil vezes – e todas as pistas eram falsas.
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