
Luisa Eugênio foi diagnosticada com câncer e viveu momentos de desespero após seu convênio médico recusar congelar seus óvulos antes de iniciar o tratamento de quimioterapia, que poderia torná-la infértil. Por isso, a publicitária resolveu processar o convênio, e enquanto isso, a família gastou R$ 18 mil para a realização do procedimento.
Na última quarta-feira, 16 de agosto, o Superior Tribunal de Justiça deu ganho de causa à jovem, e definiu que a operadora deverá pagar R$ 23 mil à ela, após correção de juros, segundo informações do advogado ao UOL. O diagnóstico de câncer de mama aconteceu aos 24 anos, e foi então, no ano de 2020 que ela decidiu pedir para o convênio congelar os óvulos.

“Quando vi que a minha fertilidade estava em jogo, pedi para o convênio congelar meus óvulos. Mas negaram. Ficamos indignados em casa e resolvemos procurar a Justiça.”, disse ela em entrevista ao UOL. A operadora argumentou que não poderia bancar o procedimento e disse que o contrato não previa a cobertura da fertilização in vitro.
Depois disso, a família teve que desembolsar R$ 18 mil para realizar o procedimento. “Fiz o tratamento [contra o câncer] entre 2020 e 2021, no meio da pandemia. Foi um pesadelo, mas hoje estou 100% curada”, disse ela. “Não há casos na minha família, então fui ‘sorteada’. Com um mês do diagnóstico, eu já estava começando a quimioterapia, porque o tumor aumentava muito rapidamente. Minha sorte é que o diagnóstico foi precoce”.

Mesmo não tendo ficado infértil, a jovem decidiu manter os óvulos congelados, mas agora pagando por conta própria. “Muita coisa mudou, e minha reserva de óvulos ficou baixíssima, como se eu tivesse 50 anos”.