O medo da agulha não foi motivo das lágrimas de Caio da Costa Bento. O garoto de 7 anos de idade se emocionou ao tomar a primeira dose da vacina contra a Covid-19, na cidade de Arandu, em São Paulo, porque no momento da ação homenageou os avós, vítimas do vírus que já matou mais de 624 mil brasileiros.
De acordo com Maria Eduarda Pires da Costa Bento, mãe de Caio, os pais dela faleceram no início da pandemia no Brasil, em março e abril de 2020. “Minha mãe falava que estava com Covid, mas na época não tinha teste assim. Fomos confirmar que ela teve Covid quatro meses depois. Agora do meu pai conseguimos saber antes porque fizemos um teste de laboratório que deu positivo. Na época foi muito caro, mas a gente precisava saber o que eles tinham”, lembra ela, que trabalha como enfermeira, para o portal de notícias do g1.
Após quase dois anos da morte dos avós, o neto conseguiu se tornar a primeira criança sem comorbidades a tomar a primeira dose na cidade, nesta última segunda-feira, 24 de janeiro. “Eu estava contando os dias para poder vacinar meu filho. Não via a hora de chegar o e-mail e, quando chegou, ele falou: ‘agora é a hora’. E fui eu quem aplicou a vacina nele”, afirma Maria Eduarda.
Mas o momento se tornou ainda mais especial quando Caio, que era muito apegado aos avós, decidiu homenageá-los no grande dia com um cartaz para ressaltar a importância da vacina em salvar vidas. “Vovó e vovô, estamos tomando a vacina que vocês não puderam tomar. Por vocês. Muitas saudades!”, estampa a frase no papel.
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Sobre o momento, a mãe do garoto diz: “Ele ficou com medo. Na foto você vê que ele estava com medo da agulha, mas depois ele chorou, me abraçou e ficou bem emocionado. Por tudo que a gente passou e vem passando, a tristeza é uma luta diária. Meu filho era muito apegado a eles e vem fazendo terapia semanalmente, fazendo atividades para aprender a lidar com a dor. O nosso sentimento é de luta diária, um dia de cada vez para que as pessoas se cuidem e tenham consciência de que a vacina é o que vai manter a gente aqui”.
