No domingo, dia 25 de agosto, a notícia do falecimento de Fernanda Young comoveu muita gente. Fernanda era atriz, escritora, roteirista, apresentadora de TV, mas seu maior papel, para nós da Pais&Filhos, era ser mãe de Cecília, Estela, Catarina e John. Ela faleceu aos 49 anos no hospital de Gonçalves, Minas Gerais, onde sua família tem um sítio por conta de uma crise de asma que acabou sequenciando uma parada cardíaca, de acordo com uma fonte próxima.
Ela fez parte do nosso desafio de formar famílias mais felizes e nos ajudou a passar uma mensagem superimportante: tudo isso só é possível juntos participando do nosso Seminário Internacional Pais&Filhos em 2018 para compartilhar sua experiência com a adoção e defender que a maternidade é um exercício constante de aperfeiçoamento. Foi lá que Cris Guerra, nossa colunista, pode conhecê-la. Como vários, admirou de longe sua passagem e trajetória.
Em uma homenagem linda, Cris Guerra abriu seu coração em uma publicação emocionante em um post feito no Instagram. “Eu tinha fortes crises de asma quando criança. Aconteciam sempre no sítio da minha avó, para onde eu ia com os irmãos e primos mais velhos. A falta da minha mãe me asfixiava. Gosto de pensar que algumas sessões de sauna me curaram. Hoje tenho um filho asmático. Recentemente, voltei a ter asma. Justo na “adolescência da velhice”, como bem define minha amiga Patrícia Marques”, começou dizendo.
Cris e Fernanda tinham muito mais do que só a maternidade em comum. “Acabei de completar 49 anos, a idade de Fernanda, esses 7×7 carregados de simbolismo. Meu irmão costumava dizer que tenho o jeito dela, e eu nunca soube se isso era um elogio. Além da idade, das tatuagens e do cabelo curto, tínhamos a escrita em comum. Mesmo que todas essas coisas comuns fossem bem diferentes em cada uma de nós. Na escrita, Fernanda era gente graúda. Diante do seu talento eu apenas me curvo e faço reverência”, escreveu.
Relembrando a participação no nosso Seminário de 2018, Cris falou sobre a palestra sobre adoção ministrada por Fernanda. “Um ou dois anos atrás, ela esteve no palco do Seminário da Pais&Filhos, onde eu havia estado horas antes. Assisti, petrificada, ao seu relato sobre a adoção dos dois filhos mais novos, anos depois de parir as gêmeas que hoje têm 19. Com sua beleza, sua irreverência e uma combinação improvável de força e delicadeza, Fernanda estava entre minhas mais fortes referências femininas. Deu a cara a tapa ao opinar sobre política, revelando uma imprevisível fragilidade que se tornava, pela força da verdade, mais um de seus poderes”, desabafou.
“Certa vez descobri que ela me seguia no Instagram. Ela comentou em algum post “Eu li o seu livro“. Torço para que tenha sido “Para Francisco”. Na dor de amar um filho (ou 4, no caso dela) nos encontramos. Queria ter expressado minha admiração no Seminário da Pais&Filhos. Entre a leonina e a mineira, falou mais alto a segunda. Ao preparar meu último livro, sonhei que ela pudesse escrever uma orelha. Julguei ousado demais ocupar o seu tempo que, agora sabemos, era escasso. A vida é um sopro – ou a falta dele. Nesta madrugada, o coração de Fernanda parou enquanto ela buscava o ar. Justo neste momento, em que o mundo reivindica seu direito de respirar. Saiu da vida como seu sobrenome. Escritora, poeta, roteirista, atriz, mulher, mãe, mãe, mãe, mãe. Viveu arte, morreu metáfora”, finalizou.
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