Quando deu à luz a primeira filha, 15 anos atrás, Shea Oakes não conseguia para de chorar, ela contou ao médico e ele disse, que se ela não melhorasse em três dias, era para que ela entrasse em contato com ele novamente. Ela não melhorou e foi diagnosticada com depressão pós parto.
O médico receitou os antidepressivos mais comuns, mas esse remédios podem demorar algumas semanas para fazer efeito e enquanto isso, a mãe continua se sentindo mal. Shea compartilhou com o site HuffPost a experiência que viveu.
Ela fala que chorava muito e todos estavam se afastando e que era, inclusive, sofrido para o marido: “Eu estava preso com ela.” O caso dela, em muitas formas, é um exemplo para casos de depressão. Ela foi diagnosticada muito rápido, começou logo o tratamento, mas mesmo assim a demora para os efeitos do remédio fizeram que ela sofresse por um tempo desnecessário.
Então, um novo medicamento, que será produzido nos Estados Unidos pela Zulresso, promete diminuir os sintomas em até dois dias e meio. Uma pesquisa revela que uma em cada nove mulheres, já passaram por depressão pós-parto e que muitas das vezes, se não tratada, pode desenvolver uma depressão severa.
O medicamento, que promete ser milagroso, ataca a depressão pós-parto de uma forma completamente diferente dos outros antidepressivos ao liberar diretamente doses de de serotonina no cérebro.
Kate Kripke, fundadora do Postpartum Wellness Center, em Boulder, Colorado, disse ao HuffPost, que: “Uma das razões por que esse remédio em particular é tão excitante é porque parece que realmente funciona com o que sabemos que acontece no corpo de uma mulher com hormônios e a queda na progesterona.”
Para se obter melhoras tão rápido, é preciso que as mulheres recebam a medicação na veia e que fiquem internadas em um centro médico durante os dois dias e meio. É preciso também que sejam aliviadas e assistidas, todas as interações da mãe com o filho.
E para ter acesso a esse tratamento é preciso, que as mães, gastem cerca de 25.000 dólares para os dois dias de tratamento. Kate afirma que, em um futuro, eles desejam que todas as mulheres possam ter acesso ao tratamento, e que a medicação não é a única coisa, a mulher precisa dormir e ter um bom ambiente em casa.
O CEO do laboratório também anunciou que está em fase de pesquisa, o desenvolvimento do comprimido diário da medicação e que depois dos desenvolvimentos de valor, acesso e tempo, o próximo passo seria liberar o medicamento, para uma distribuição mais eficiente.
Todo esse processo pode demorar um pouco, os pesquisadores ainda não sabem como o remédio poderia funcionar a longo prazo no organismo da mãe. Mas, em um nível amplo, especialistas perinatais em saúde mental dizem que a droga atrai a atenção necessária para a depressão pós-parto.
Depressão pós-parto é algo importante e sério, é preciso falar sobre isso, para que as mães entendam que isso não é culpa delas, muito menos frescura e que há uma série de tratamentos para isso: “Virou assunto nas últimas duas décadas, mas ainda precisa de maior visibilidade. É algo que ainda é estigmatizado.” Disse o CEO da empresa.
Leia Também:
Depressão pós-parto: por que você não deve cuidar só do seu bebê depois do nascimento
Entenda a diferença entre Baby Blues e depressão pós-parto?
6 mães compartilham suas histórias de depressão e ansiedade pós-parto