O Dia das Mães está chegando e, com ele, surgem os tradicionais guias de presente: flores, joias, perfumes e jantares especiais. Mas uma nova pesquisa da OpenTable jogou um balde de realidade nessa comemoração idealizada. Segundo o levantamento, 39% das mães afirmam que já tiveram que fazer a reserva do próprio almoço ou jantar no Dia das Mães. E mais: quase metade delas diz que a data seria mais especial se outra pessoa tomasse a frente do planejamento.
Essa realidade escancara algo que muitas já sentem na pele: o tal do “fardo invisível”. Mesmo quando o dia é delas, muitas ainda se veem como as principais responsáveis pela organização, pelo cronograma e até pelo lazer em família. Não é à toa que cresceu o número de mães que estão, inclusive, optando por comemorar sozinhas – isso mesmo, um almoço para um, com direito a vista bonita e silêncio.
O desejo de descanso (de verdade)
A pesquisa entrevistou mais de 1.500 pessoas que planejam comemorar o Dia das Mães em 2025. Os dados mostram um retrato nítido da sobrecarga:
- 39% das mães já reservaram o próprio restaurante na data.
- 44% afirmam que gostariam que alguém cuidasse de tudo.
- 30% consideram celebrar sozinhas neste ano.
- 46% preferem horários de almoço mais cedo para aproveitar melhor o restante do dia.
- 64% dão preferência a lugares com vista bonita ou paisagens agradáveis.
Ou seja, enquanto muitas famílias acham que estão acertando com presentes, o que várias mães desejam mesmo é descanso, sem ter que planejar, lembrar ou gerenciar nada.
O fardo invisível que não tira folga
Fica evidente que o problema vai além do almoço de domingo. A raiz está na carga mental que muitas mães carregam, todos os dias. São elas que lembram da consulta médica, do lanche da escola, da troca do gás, do parabéns da sogra. E, quando chega a data pensada para celebrar seu papel, acabam também tendo que pensar no restaurante e nos horários.
Essa sobrecarga emocional, muitas vezes silenciosa, faz com que até um simples almoço ganhe outro peso. E é por isso que tantas estão dizendo “chega” — ou melhor, “mesa para um, por favor”.

Mudar começa com pequenas atitudes
Apesar do cenário puxado, há uma pontinha de esperança nos dados. Muitas mães estão mais conscientes sobre seus limites e, mais importante, sobre seus desejos. Elas estão começando a dizer em voz alta que precisam de tempo sozinhas, de ajuda, de descanso verdadeiro.
E esse é o primeiro passo para a mudança. Talvez neste ano a mãe da sua vida só queira que alguém diga: “Pode deixar que eu cuido de tudo”. E cumpra.
Como apoiar e tornar o Dia das Mães mais especial (de verdade)
Se você quer fazer diferente neste ano, aqui vão algumas ideias práticas que podem fazer toda a diferença, e não exigem grandes orçamentos:
- Pergunte o que ela realmente quer. Pode ser um presente, mas talvez seja só uma tarde livre.
- Assuma o planejamento. Seja o responsável por fazer reservas, organizar as crianças, escolher um local bonito e cuidar dos detalhes.
- Respeite o espaço dela. Se ela quiser um tempo sozinha, não leve isso para o lado pessoal. Às vezes, o melhor presente é silêncio e liberdade.
- Seja constante, não só no segundo domingo de maio. Apoio emocional e ajuda nas tarefas do dia a dia são demonstrações de amor que valem mais do que um presente caro.
Um convite à reflexão
Mais do que uma crítica, essa conversa é um convite. Que tal usar o Dia das Mães como ponto de partida para rever dinâmicas familiares? Quando mães conseguem descansar de verdade, todos ganham: elas voltam mais leves, conectadas e felizes. E talvez, no próximo ano, a reserva no restaurante venha de outra pessoa — com amor, intenção e responsabilidade compartilhada.