No dia 25 de maio, é comemorado o Dia Internacional da Tireoide, uma data dedicada para conscientizar os problemas que essa glândula pode trazer para a saúde. Disfunções como: hipotireodismo, hipertireoidismo, doenças autoimunes, tireoidite e câncer na tireoide podem ser desenvolvidas em crianças e adultos e merecem cuidado.

A tireoide está localizada na parte da frente do pescoço, tem forma de borboleta e é responsável pela produção de hormônios que regulam o metabolismo, o crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes, o controle do peso, os ciclos menstruais, a temperatura corporal e o ritmo intestinal, além do desenvolvimento neurológico. Dessa forma, é importantíssimo que ela funcione bem, para o corpo também funcionar.
Em entrevista exclusiva à Pais&Filhos, o endocrinologista Dr. Miguel Liberato, falou sobre a importância dessa data, a importância de conscientizar a sociedade sobre os problemas que podem ser causados e os sintomas gerados. “Precisamos tentar alertar a população sobre a possibilidade de alterações que podem estar presentes em qualquer fase da vida. Não são só os adultos que podem apresentar problemas na tireoide, mas as crianças e também os recém-nascidos”, explica ele.

Entre as possíveis disfunções que o mal funcionamento da tireoide pode causar temos: o hipotirediodismo e o hipertireoidismo. O primeiro se trata de quando a tireoide não produz hormônio suficiente, enquanto o segundo é quando ela produz hormônio em grande quantidade. Além disso, os nódulos da tireoide podem evoluir em alguns casos para o câncer.
Devemos ficar atentos a essas doenças em qualquer idade, pois o hipotirediodismo, por exemplo, pode estar presente desde o nascimento, quando considerado congênito. Essa doença pode ser identificada no Teste do Pezinho, que deve ser realizado logo após o nascimento. “A importância do diagnóstico no Teste do Pezinho é iniciar o tratamento precoce para que não tenha riscos ao desenvolvimento neurológico da criança. Isso é fundamental”, diz o endocrinologista.

Para ficarmos atentos, os sintomas do hipotirediodismo na infância são: sonolência, mau funcionamento do intestino, dificuldade de concentração e queda de cabelo. Enquanto que no hipertireoidismo, há agitação, dificuldades para dormir, coração mais acelerado. “Não existe um consenso sobre de quanto em quanto tempo se deve avaliar a tireoide de uma criança, mas, ao menor sinal de comportamento diferente do habitual, recomendamos procurar um especialista”, diz o médico.
Mesmo que necessite atenção, o endocrinologista diz que não há motivo para pânico caso seja identificado alguma alteração na glândula. Há tratamento. “Cuidar do hipotireoidismo é simples, basta fazer reposição do hormônio, via oral, em jejum. No caso de crianças menores, esse comprimido pode ser diluído em água para permitir uma melhor ingestão. O tratamento do hipertireoidismo é um pouco mais complexo e delicado. Também se usa remédio via oral. Porém, em alguns casos em que o controle não é atingido dessa forma ou em situações específicas, terapias definitivas são uma opção. Então, é indicada cirurgia para retirada da tireoide ou tratamento com iodo radioativo”, explica.