O sol mal nasceu e já tem gente levando os filhos na escola. Não é nem metade do dia e alguém está correndo para não se atrasar para a reunião. O dia voa, mas custa a passar. Chega a noite e ainda tem as obrigações de casa, passar um tempo em família, assistir aquela série. A agenda moderna é marcada por um compromisso atrás do outro e as 24 horas não parecem suficientes para tudo. Em meio a tantas obrigações, é comum que todas as demais coisas fiquem em segundo plano, esse é o caso do sono.
Nesta sexta-feira (19), Dia Mundial do Sono, a Pais&Filhos reforça a importância dessa tarefa para o dia a dia e para a sua saúde, sendo responsável por fortalecer o sistema imunológico, liberar hormônios importantes (de crescimento e insulina por exemplo), fixação da memória e relaxamento físico. A ausência desse momento, gera alterações no ritmo biológico, sonolência excessiva, dificuldade de concentração, déficit de memória, irritabilidade, fadiga física e mental, aumento da sensibilidade e por aí vai.

De acordo com a Associação Brasileira de Neurologia (ABN), mais da metade dos brasileiros dormem de 4 a 6 horas por dia, quando o recomendado, e a principal causa para esse baixo número é justamente o estilo de vida. Renata Federighi, consultora do Sono da Duoflex explica: “Hábitos típicos dos dias atuais impactam diretamente na hora de ir para cama. Usar o celular antes de dormir, por exemplo, é um deles”.
Sono dos filhos
Os pais são os principais exemplos dos filhos e as ações deles impactam diretamente as crianças, como prova o levantamento realizado pela National Sleep Foundation, ao perceber que 65% delas cujos pais têm eletrônicos no quarto seguem o mesmo comportamento. A luz artificial emitida por esses aparelhos reduz a produção de hormônios, como a melatonina, que estimula a sonolência. Além disso, o descanso reduzido nessa idade pode levar à obesidade, quadros de depressão, problemas relacionados ao crescimento e com a aprendizagem.

O mesmo estudo provou que crianças com regras e horário limite para usar aparelhos eletrônicos também aumentam as horas de sono semanal. A vida profissional demanda muito e, por isso, é comum que os pais tenham descuidos com a disciplina e rotina dos filhos. “Criar uma rotina para casa, hábitos saudáveis e horários para se deitar é essencial para elevar a qualidade das horas dormidas. Do mesmo modo que ter um ambiente confortável, escuro e silencioso, com cama e travesseiros que mantém a disciplina postural, é indispensável para uma noite de sono agradável”, completa.
Sono do pai x mãe
Um estudo da Universidade de Warwick, no Reino Unido, comprovou que o sono dos pais só volta ao normal após 6 anos do nascimento dos filhos. De acordo com a pesquisa, as mulheres são as mais afetadas pela falta de sono. Elas dormem cerca de 40 minutos a menos a cada noite de sono no primeiro ano de vida da criança em relação ao período anterior à gravidez. Em relação ao primeiro trimestre do bebê, elas tiveram até uma hora de sono a menos. As mães de primeira viagem chegam a ter uma queda de 1,7 pontos na qualidade do sono, quando a mãe já tem mais de um filho, essa nota fica perto de 1.
Os homens, segundo estudo, perdem em média, 13 minutos de sono. Esse número não varia em relação à uma idade específica ou ao longo da vida da criança. A pesquisa ainda mostra que o sono dos pais é realmente mais afetado no primeiro trimestre, mas só se normaliza após o sexto ano de vida dos filhos. Os pais também podem perder o sono por conta do medo e das responsabilidades que a maternidade e paternidade que podem despertar nas pessoas. A amamentação também pode afetar a qualidade do sono, mas questões como idade ou renda pouco afetam a noite dormida.