É verdade que conhecimento é poder, mas o desempenho acadêmico é apenas um sinal de uma educação de sucesso. As crianças também devem aprender habilidades socioemocionais, como lidar com emoções, praticar autodisciplina, definir metas e tomar decisões. Mas a forma com que elas aprendem a desenvolver essas habilidades, reflete (e muito!), nos resultados do futuro.
Cada criança é única. Justamente por isso, elas têm seu tempo e espaço de aprendizagem, portanto, é preciso um olhar personalizado e acolhedor para cada um delas. De acordo com o fundador dos Colégios Marista, Marcelino Champagnat, para educar as crianças, é preciso, antes de tudo, amá-las, e amá-las igualmente.
Thiago Cachatori, Coordenador Pedagógico do Ensino Médio no Colégio Marista Arquidiocesano, filho de Elisete e Joselei, diz que além do amor, existem projetos que podem ajudar e facilitar a aprendizagem do seu filho. Segundo ele, o cérebro é como um músculo e precisamos exercitá-lo constantemente para que a aprendizagem ocorra da melhor maneira possível.
“Todos os projetos que de alguma maneira colocam as crianças, jovens e adolescentes a buscarem uma solução para um problema, a colocarem a mão na massa ou demandarem habilidades de trabalho em equipe contribuem para o processo de aprendizagem”, conta. Para ele, os desafios que seu filho pode enfrentar agora e no futuro demandam inteligência emocional e outras habilidades fundamentais para o século XXI. “Vivemos em um mundo cada vez mais volátil, incerto, complexo e ambíguo. Portanto, hoje precisamos olhar os desafios que nossas crianças enfrentarão no futuro para que possamos trabalhar com eles no presente”, avalia.
O especialista ainda destaca que uma forma de ajudar as crianças a enfrentarem o futuro é ensinar habilidades como resiliência, trabalho em equipe, liderança, pensamento crítico e criativo, adaptabilidade, entre outras.
A importância das habilidades socioemocionais
Para Thiago, as habilidades socioemocionais são muito importantes no desenvolvimento da criança em parceria entre escola e família, sobretudo quando se pensa em resiliência e colaboração. “A geração Z (nascidos após 2000) apresenta uma característica muito comum: a dificuldade em lidar com frustrações. Uma das formas que a família pode auxiliar neste processo é com o fortalecimento da autonomia de seus filhos”, avalia. Para ele, é necessário compreender que a frustração também faz parte da construção enquanto indivíduo.
Desenvolver habilidades socioemocionais tem muitos benefícios para os alunos, que vão desde um melhor desempenho escolar até amizades mais saudáveis. Além disso, no futuro, aqueles com forte competência social e emocional têm mais probabilidade de se graduarem em um curso universitário e ter uma carreira de sucesso, de acordo com vários estudos.

Em um mundo onde a tecnologia ganha cada vez mais espaço, o que diferencia o humano da máquina é o potencial cognitivo de se relacionar em sociedade, portanto, saber lidar com as emoções e sentimentos acaba sendo um grande diferencial para o seu filho. “A escola, em parceria com a família, precisa cada vez dar mais espaço para estas ações e práticas. Aqui no Marista Arquidiocesano temos um componente chamado Interioridade que, como o próprio nome já diz, é o momento em que o estudante olha para seu interior, trabalhando a consciência corporal e emocional – e isso faz toda a diferença”, defende.
Criar projetos na escola faz diferença
Os Colégios Maristas trabalham com o projeto HUB, uma nova proposta de ensino que faz com que o estudante vivencie na prática todas as áreas do conhecimento por meio de projetos. “Em sala de aula, o professor passa a ser um mentor dos projetos criados pelos estudantes e os orienta sobre quais caminhos percorrer. Por serem trabalhos em grupos diversificados, o estudante desenvolve muitas habilidades, além de vivenciar as áreas do conhecimento colocando a mão na massa e resolvendo problemas complexos”, explica Thiago.

O HUB é um projeto voltado principalmente para alunos do Ensino Médio. “Este momento é um divisor importante para nossos jovens, pois, saindo da escola eles se deparam com a realidade de uma vida mais autônoma em que de fato serão protagonistas de sua trajetória”, conclui o Coordenador Pedagógico.