A dançarina, influenciadora e apresentadora, Lore Improta, no ano passado, deu à luz sua primeira filha, Liz, fruto
do relacionamento com o cantor Léo Santana. Apesar da felicidade do momento, a mãe de primeira viagem contou que essa fase também envolve uma série de desafios e ela se empenhou em compartilhar esse lado com os seguidores nas redes sociais desde o início da gravidez. Confira a conversa completa!
Você sempre quis ser mãe?
Não, pelo contrário. Minhas amigas, quando eu era mais nova, eram loucas por criança, e eu era assim por animais. Depois que comecei a trabalhar com criança, passei a aflorar mais isso. Quando eu comecei a namorar com o Léo, em 2017, foi muito engraçado, porque ele já falava em ter filhos. E eu não me via mãe naquele momento, tinha 22, 23 anos de idade – me achava muito nova e imatura. Mas vão passando-se os anos e a gente vai amadurecendo a nossa relação. Eu já tinha noção que queria ser mãe, que queria casar, mas busco muita segurança em tudo na minha vida. A partir do momento em que eu tive essa segurança de notar nosso amadurecimento, essa vontade veio.
A gravidez foi planejada?
Não. Na verdade foi uma coisa muito engraçada, porque a gente começou a namorar e, com três meses, ele já me pediu em casamento. Ele já falava em ser pai! Eu achava que ele estava tirando onda com a minha cara, porque ele falava isso e no outro dia terminava comigo. Depois que a gente se ajeitou, ele voltou a falar em querer ser pai. A gente voltou no começo da pandemia e fomos morar juntos, quando começamos a conversar. Quando estávamos organizando o nosso casamento, eu comecei a pensar em filho. Eu usava chip, mas ele estava vencido. Eu decidi tirar e achava que ia demorar para engravidar. Mas eu tirei o chip no final de novembro e no início janeiro eu engravidei! Então a surpresa não foi da gravidez em si, foi por ter sido muito rápida.
Como foi o período de gravidez?
Durante todo o meu período de internet, eu não consegui acompanhar uma mulher famosa que trouxesse, de verdade, o que é uma gravidez. Isso porque ou elas realmente tiveram a gravidez tranquila, ou preferiram não trazer isso para a internet para trazer um ar de ‘É tudo perfeito, dá tudo certo’. Essa foi minha primeira dificuldade, porque eu tinha essa noção de que ia engravidar, ia ser tudo perfeito, eu ia parir e ia ser tudo perfeito de novo! Mas quando eu engravidei e comecei a ficar com cólica, dor de cabeça e muito enjoo, decidi trazer isso para a internet, e as pessoas começaram a me crucificar. Comecei a receber muitas mensagens dizendo ‘isso é mimimi’, ‘ah, isso é pra chamar a atenção’. No início eu fiquei tentando explicar, e decidi que ia continuar mostrando – porque era minha realidade.
E após o nascimento, como foi?
Acho que o meu puerpério foi o processo mais difícil para mim. Por mais que as pessoas comentem sobre gravidez, pós-parto, é muito pouco falado sobre o baby blues, depressão pós-parto e até o próprio puerpério. Eu falo que depois que a gente é mãe e bota a criança no mundo, a gente quer entregar para alguém e falar ‘deixa eu só dormir aqui rapidinho, é um minuto e eu volto’, e não dá porque depende da gente 100%. Eu amo meu trabalho, minha liberdade, ter meu dinheiro e cuidar da minha vida. E eu falava ‘tem uma pessoa agora que depende de mim 100% do dia. Será que eu vou conseguir trabalhar e ser a pessoa que eu era antes?’.
Como você lidou com essa questão?
Antes e durante meu processo de gestação, eu tive pessoas que me influenciaram negativamente. Como se quando eu fosse mãe eu fosse parar de existir – seria só mãe, mulher de Léo Santana, viver dentro de casa. Eu não me via nessa posição, porque eu sempre lutei muito pelo meu trabalho. Eu coloquei uma negatividade na minha cabeça, falava ‘Meu Deus, eu me perdi e agora, o que é que vai acontecer?’. Eu estava repleta de carinho, amor e atenção, e chorava do nada. Eu travei, fiquei 15 dias sem conseguir voltar para a internet. E eu me senti mal, porque mostrei a minha gravidez toda, e no momento em que eu queria mostrar a minha filha para o mundo, não estava naquela felicidade que as pessoas falavam que sentiam.
E você se culpou por isso?
Justamente! Você chora pela culpa que está sentindo. O que aconteceu: eu passei esse tempo off, com minhas médicas me acompanhando e achando que eu estava entrando em um processo de depressão pós-parto. E eu pensei ‘não, pelo amor de Deus, eu não posso entrar em depressão, eu sou outra pessoa’’. Então comecei a mudar minha cabeça. Foi quando eu conversei com o meu empresário e disse que eu precisava voltar a trabalhar, a dançar, a fazer o que eu amava fazer. Eu publiquei um vídeo dançando, e uma chave virou na minha cabeça. Pensei ‘vou voltar a dançar, vou voltar a ser Lore. Eu tenho uma filha agora, nunca mais vou voltar a ser o que era antes – mas vai ser melhor ainda’. Entendi que podia ser várias Lorenas: Lorena mulher, Lorena profissional, Lorena mãe de Liz, Lorena filha de dona Lia e seu Francisco.
E a amamentação? Foi difícil para você?
Acho que foi o mais difícil. Nos primeiros dias no hospital, eu conversava com as enfermeiras e elas falavam ‘Lore, se você não estiver aguentando, a gente vê outra saída, você conversa com pediatra, a gente pode ver fórmula’. Eu estava sofrendo muito, chorava muito, estava muito exausta. Liz também não dormia direito, acordava toda hora. Léo estava lá e me ajudava, mas não é a mesma coisa, né? Porque o neném depende da mãe para amamentar. Foi bem doloroso.
Como é a amamentação hoje?
Hoje já é muito tranquilo amamentar a Liz. A enfermeira falou, ‘Lore, vai passar, você vai amamentar sem dor’, e eu achava aquilo impossível. Hoje não dói mais. Eu parei de sentir dor com uns 20 dias de amamentação, mais ou menos. Só que, depois disso, tinha momentos que Liz machucava meu peito e doía por causa disso – não mais por causa da sucção. Acho que o peito acostuma. Mas mães, não desistam!
E os seus pais, eles são uma grande rede de apoio para você?
Meus pais são tudo. Eu sou filha única, então eles estavam esperando muito por esse momento do neto ou da neta. Realmente não sei colocar em palavras o quanto eles estão me apoiando e me ajudando, e o quanto eu gosto de estar com eles. Quando o Léo viaja eu vou para lá, porque me sinto muito bem em estar perto. E eu acho muito importante não só com a minha família, mas com a família do Léo também. A minha sogra e as minhas cunhadas estão sempre lá em casa também, fazendo parte desse processo que eu acho muito importante. Nós, mães, termos rede de apoio não é nem importante, é essencial.
Você pensa em engravidar de novo?
A gente já tá pensando no próximo! Eu sou filha única, mas a família dos meus pais é enorme: meu pai tem nove irmãos, minha mãe tem cinco. A família de Léo é grande também. A gente sempre conversava que iria querer mais um filho. Eu quero que Liz esteja pelo menos mais independente, andando e já se comunicando um pouco. Se eu tiver uma gestação igual a da Liz – com enjoo, desânimo – vai ser muito difícil dar conta de um neném de colo.
Como você lidou com o ganho de peso na gravidez?
Eu engordei 10 quilos. Minha nutri fez minha dieta, mas não consegui acompanhar porque eu estava enjoando muito. Então, ou eu comia no momento que eu tinha vontade de comer o que me desse vontade de comer, ou eu não me alimentava. Assim que eu pari, no terceiro ou quarto dia, eu já tinha perdido tudo.
De que forma ficou sua autoestima?
Os meus seios incomodavam muito quando era mais nova, porque tinha muito peito. Quando eu engravidei, a primeira coisa que cresceu foram os meus peitos. E foi totalmente diferente. Porque antes me incomodava, e depois que engravidei não me incomodava mais! Eu falei, ‘Faz parte do meu processo como mulher, eu estou gerando uma vida dentro de mim’. Hoje eu falo com muito orgulho que consegui amamentar a Liz, vou continuar amamentando até quando der, e meus peitos estão caídos – mas estão cheios de leite, pesados, graças a Deus!